Em uma ação ajuizada na quinta-feira (21), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) pede que o influenciador digital Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark, seja condenado a pagar indenização de R$ 4 milhões por ter defendido o direito de nazistas se organizarem em um partido político.
A declaração de Monark foi feita durante a transmissão de um podcast em fevereiro de 2022. Na ocasião, Monark tinha como convidados os deputados Kim Kataguiri (União-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP). Ambos discordaram de Monark.
"A defesa da criação de um partido cuja ideologia é a própria antítese da construção histórica recente dos direitos humanos é incompatível com o texto constitucional [...] O mesmo se diga em relação à defesa de ser antijudeu. Por esse motivo, tal discurso não afeta somente as vítimas diretas do nazismo, mas toda a sociedade brasileira", afirmou o promotor Reynaldo Mapelli.
Nos autos do inquérito instaurado para apurar o caso constam três pareceres, sendo um antropológico, um psicológico e outro socioassistencial.
"Todos (os pareceres) comprovaram, com sólida fundamentação técnica, a postura racista, o antissemitismo e o nazismo no comportamento do réu, bem como a necessidade de reprimenda, razão pela qual providências correspondentes deveriam ser adotadas pela Promotoria de Justiça de Direitos Humanos", diz um trecho da petição.
Segundo a petição do MPSP, o dinheiro da indenização deverá ser direcionado para o Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos.
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