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Dois delegados assumiram o comando da Delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, região metropolitana de Curitiba, na tarde desta quarta-feira (18). Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), também foram designados oito investigadores e um escrivão para a delegacia. A nova equipe assume depois que dez policiais civis, entre eles o superintendente e a delegada titular, foram presos por suspeita de extorsão.

Os novos delegados são Rafael Ferreira Viana e André Dall Soglio Coelho. Os policiais são formados na mais recente turma da Escola de Polícia e assumem a delegacia junto aos demais agentes que já trabalham no local e não estavam envolvidos no esquema. Os delegados não falaram com a imprensa.

Desde que policiais da delegacia foram presos na terça-feira (17), uma equipe provisória formada por dois investigadores e um escrivão trabalharam no local durante o plantão da noite, e um superintendente, três investigadores, quatro estagiários e um escrivão desde as 8h30 da manhã desta quarta-feira.

Segundo o delegado da Divisão Metropolitana, Jorge Ferreira, apenas na hora em que a operação estava sendo executada é que o atendimento à população foi transferido para a outra unidade policial de Colombo. "Pedimos que a população se dirigisse para a delegacia sede de Colombo apenas neste período. Depois disso, uma equipe ficou de plantão o tempo inteiro. Não deixamos a delegacia sem atendimento", explicou Ferreira, segundo a Sesp.

Policiais presos por extorsão

Dezesseis pessoas, entre elas dez policiais civis, foram presas na terça-feira (17), após investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) , do Ministério Público (MP), que apontou a existência de um esquema de extorsão na delegacia do Alto Maracanã.

De acordo com investigações do MP, a suposta quadrilha era formada pela delegada titular, Márcia Rejane Vieira Marcondes, pelo superintendente José Antônio Braga, escrivães, investigadores, advogados e até por um funcionário da prefeitura de Colombo. O esquema começava com os policiais da unidade que identificavam criminosos, na maioria das vezes traficantes de drogas, e os levavam até a delegacia. A partir daí, o acusado era mantido preso ilegalmente, enquanto entravam em cena os escrivães e o superintendente. De acordo com a Sesp, os agentes se valiam de todo o aparato estatal e dos cargos que ocupavam para viabilizar as prisões e em seguida praticar a extorsão. Os advogados que integravam o grupo eram os responsáveis por fazer a ponte o preso e os familiares, exigindo até R$ 30 mil para libertá-los.

O MP apurou que os valores eram repassados à delegacia e posteriormente era dividido entre o grupo. Na investigação consta que a quadrilha se ocupava diariamente com prisões de pessoas com a única finalidade de extorqui-las. Os envolvidos foram investigados por oito meses. Os presos são acusados concussão (extorsão praticada por funcionário público), corrupção passiva e formação de quadrilha. A polícia ainda procura quatro pessoas que estão foragidas, um agente da delegacia e três integrantes da quadrilha.

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