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Comportamento

“Para sair, só com autorização do juiz ou morto”

Depois de passar por 11 portões de ferro e aço, submeter-se a quatro revistas, passar por dois detectores de metal (um deles com câmera de raios X) e passar por uma catraca com identificação biométrica, a reportagem da Gazeta do Povo teve acesso ao pátio interno do Presídio Federal de Catanduvas, o primeiro dos quatro que existem no país, e pode conferir parte da rotina dos presos de alta periculosidade. Depois de retornar e passar pelas mesmas revistas, um dos chefes do perímetro de segurança máxima resumiu: "Já falei para os presos: para sair daqui, só com autorização do juiz ou morto, dentro de um saco preto."

A frase sintetiza o quanto a segurança é crucial para o trabalho dos cerca de 260 agentes penitenciários, que trabalham vigiados por mais de 190 câmeras. Exemplo dos cuidados é a restrição a qualquer calça jeans, por causa do botão de fecho, feito em metal. "A visitas não podem usar nada de metal e as roupas têm que ser de cores específicas, para não confundir nas câmeras quem é preso, quem é agente e quem é visita", explica Daniel Sena, vice-diretor do presídio. Os detentos usam roupas azuis, os agentes preto, o pessoal dos serviços de saúde branco e os terceirizados (serviços de limpeza) usam roupas verdes.

As celas, individuais, têm uma cama, uma pequena escrivaninha de concreto, um banheiro, uma cadeira e estão distribuídas em quatro alas com dois pisos. Os detentos só têm convívio social durante as visitas e nas duas horas diárias de banho de sol, quando se reúnem no pátio interno até no máximo 13 presos.

Os agentes não portam armas internamente, principalmente os que têm contato com os presos. Mas dentro de salas internas de monitoramento há espingardas com munição de borracha nas paredes, para emergências. Para sair da cela, o preso é acompanhado sempre por dois agentes. Há ainda uma espécie de praça na parte interna, com bancos de concreto, onde os detentos recebem os familiares. Para as visitas íntimas há quatro salas com camas e um cano, onde é liberada certa quantidade de água ao acabar o tempo de convívio.

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