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ANJ lamenta morte de cinegrafista

A Associação Nacional de Jornais divulgou nesta segunda-feira (10) uma nota à imprensa lamentando a morte do cinegrafista Santiago Andrade. Confira o texto na íntegra:

"A Associação Nacional de Jornais lamenta profundamente a morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade e manifesta solidariedade a seus familiares e companheiros de trabalho.

É alarmante a morte de um profissional de jornalismo no exercício de sua atividade, como decorrência de ato de violência em manifestação popular. Diversos profissionais de jornalismo já foram vítimas de violências nas manifestações que vêm ocorrendo no país desde junho do ano passado, em atos de manifestantes e também de policiais. A trágica morte de Santiago, segundo investigação policial, é consequência de comportamento criminoso, em total desprezo aos mais elementares princípios de cidadania e de respeito direitos humanos.

Além da apuração do crime e punição dos culpados, é urgente que as autoridades tomem providências para controlar a violência que vitima profissionais com a missão de informar a sociedade.

Brasília, 10 de fevereiro de 2014

Francisco Mesquita Neto

Vice-Presidente da ANJResponsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão"

Em nota, entidade chama black blocs de "assassinos"

A Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio (Arfoc) divulgou nota sobre a morte do cinegrafista Santiago Andrade em que classifica os black blocs de "assassinos".

"Nós, jornalistas de imagem, exigimos que as autoridades de segurança do Estado do Rio de Janeiro instaurem, imediatamente, uma investigação criminal para apurar quem defende, financia e presta assessoria jurídica a esse grupo de criminosos, hoje assassinos, intitulados Black Blocs, que agridem e matam jornalista e praticam uma série de atos de vandalismo contra o patrimônio público e privado."

Leia matéria completa.

O delegado Maurício Luciano de Almeida, titular da 17ª DP (São Cristóvão), admitiu já ter identificado o suspeito de ter ateado fogo ao rojão que atingiu, durante um protesto no Centro na última semana, o cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Andrade, que teve morte cerebral na manhã desta segunda-feira. O pedido de prisão do suspeito foi enviado ao Tribunal de Justiça, mas seu nome não foi divulgado.

Em coletiva na noite desta segunda, o delegado Maurício Luciano afirmou que, enquanto não tiver um retorno do Judiciário, as imagens do homem não serão divulgadas: "Caso não encontremos o suspeito, ou ele não seja apresentado pelo advogado, vamos esperar o Judiciário para que possamos divulgar foto do rosto, características físicas e qualificação. As pessoas poderão ligar para o Disque-Denúncia", afirmou Luciano.

O delegado disse que o suspeito de ter acendido o rojão tem entrada em uma delegacia como vítima em uma manifestação. Segundo o titular da 17ª DP, a denúncia pode ser de lesão corporal, e haveria outra anotação, "de pequeno potencial ofensivo, nada muito relevante".

A identificação foi feita a partir de um trabalho de investigação, confirmado na tarde desta segunda-feira por Fábio Raposo, o jovem que repassou o artefato explosivo ao suspeito e que está preso no Complexo de Gericinó.

Segundo o delegado Maurício Luciano, Fábio reconheceu o suspeito por meio de foto e também vídeo apresentado por policiais. Sobre o benefício da delação premiada que poderia ser concedido a Fábio Raposo, Almeida disse que a decisão ainda será avaliada:

"Caberá ao Poder Judiciário decidir se ele colaborou eficazmente nesta investigação. Se ele for beneficiado pela delação premiada, o juiz dirá o quanto pode reduzir ou não (a pena)", explicou o delegado

Os dois foram indiciados por homicídio doloso com artefato explosivo e por crime de explosão. Para o delegado, não há dúvida de que eles agiram com intenção de matar. A pena pode chegar a 35 anos de prisão.

Santiago foi atingido na cabeça por um rojão disparado por um manifestante durante protesto contra o aumento da passagem de ônibus, que foram a R$ 3, na semana passada.

Dilma determina ação da PF para apurar morte de cinegrafista

A presidente Dilma Rousseff determinou nesta segunda-feira (10) que a Polícia Federal participe das investigações no caso do cinegrafista Santiago Andrade.

"A morte cerebral do cinegrafista Santiago Andrade, anunciada hoje, revolta e entristece", disse Dilma em sua conta no Twitter.

"Não é admissível que os protestos democráticos sejam desvirtuados por quem não tem respeito por vidas humanas. A liberdade de manifestação é um princípio fundamental da democracia e jamais pode ser usada para matar, ferir, agredir e ameaçar vidas humanas, nem depredar patrimônio público ou privado", continuou. "Determinei à PF que apoie, no que for necessário, as investigações para a aplicação da punição cabível."

Perfil

Santiago deixa mulher, uma filha e três enteados. A emissora de rádio BandNews FM chegou a fazer uma campanha de doação de sangue durante o final de semana no Hemorio.

Santi, como era conhecido pelos colegas de profissão, faria dez anos de emissora neste ano. Em julho, o cinegrafista participou do curso "Jornalismo em área de conflito", ministrado pelo CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), instituição do Exército.

Em seu depoimento de conclusão de curso, Santiago lembrou de outro colega cinegrafista da Bandeirantes, Gelson Domingos da Silva, morto em 2011 com um tiro de fuzil, durante confronto entre policiais e traficantes na favela de Antares, na zona oeste.

O cinegrafista participou da cobertura da Copa das Confederações e estava escalado para a Copa do Mundo.

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