Em abril de 2004, o histórico de catástrofes naturais vividas por Santa Catarina foi insuficiente para prever os estragos causados pelo primeiro furacão da história do país. Era madrugada do dia 28 quando o Catarina varreu o Sul do estado, com ventos de até 200 quilômetros por hora. Em poucas horas, a paisagem litorânea da pequena cidade de Balneário Gaivota, que tinha cerca de 6 mil habitantes na época, ganhou contornos de destruição total.
Segundo Sandro Silva, secretário municipal de Defesa Civil, nos primeiros 30 dias após o desastre, a população viveu um estado de pânico, sem noção do que tinha acontecido. "É isso que os habitantes do Vale do Itajaí estão vivendo hoje", compara. Silva revela também que a principal dificuldade da prefeitura foi restabelecer o fornecimento de energia elétrica, até mesmo para permitir o início dos trabalhos de reconstrução. "A cada dia que passava, ia surgindo um problema novo. A cidade levou pelo menos um ano para voltar à normalidade", conta.
É justamente nessa fase de superar os primeiros problemas que se encontra hoje o Vale do Itajaí. De acordo com o geólogo Renato Lima, membro da Undac órgão da ONU para socorro em desastres , a segurança das pessoas é sempre a primeira preocupação. "Em um segundo momento, partimos para o planejamento da reconstrução", explica. Segundo ele, os serviços básicos, como luz e água, devem levar cerca de três meses para ser totalmente restabelecidos em Santa Catarina. "Já a recuperação das estradas e das casas destruídas pode levar até dois anos", projeta.



