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Mensalão mineiro

Azeredo vê 'motivação política' na acusação de Janot

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, vai decidir se a ação contra o ex-deputado continuará em tramitação na Corte somente na semana que vem, após o julgamento do mensalão petista

O ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) escreveu uma "carta de reflexão" em que ataca as alegações finais feitas pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. O tucano afirma que a peça jurídica contém "motivação política" e a classifica como "um conjunto de erros e deliberadas omissões" e "um atentado à democracia". Réu nos crimes de peculato e de lavagem de dinheiro, Azeredo acusa Janot de utilizar em sua denúncia documentos produzidos por um falsário e de validá-los "levianamente", citando a inclusão de provas apresentadas pela testemunha Nilton Monteiro, atualmente preso por falsificação.

Os ataques não se restringem apenas a testemunhas e à contestação de provas, mas à própria procuradoria. "É constrangedor ver a PGR ir muito além da prudência e da isenção esperada da instituição e defender de forma absoluta e incompreensível o caráter da sua testemunha", escreveu Azeredo. Dizendo estar deprimido, o ex-governador contou com a ajuda de seus advogados para redigir a carta e rebater ponto a ponto as supostas fragilidades da acusação produzida por Janot. O ex-deputado resume sua visão sobre o documento: "A fragilidade jurídica da peça, as contradições ignoradas e as propositais omissões nela presentes reforçam a suspeita de que a peça foi desenvolvida de forma a tentar validar uma tese política preconcebida".

O tucano encerra sua carta com duas perguntas: "Como pode a PGR basear decisão tão importante em evidências tão frágeis, contraditórias e que não se sustentam diante de qualquer investigação séria? A Procuradoria Geral da Republica é instituição fundamental para o País. O procurador-geral é tido como um homem de bem. Então, o que aconteceu?, finalizou.

Azeredo recebe visita de Aécio e da cúpula do PSDB

Eduardo Azeredo (PSDB-MG) recebeu em sua casa, em Belo Horizonte, uma visita do senador Aécio Neves, pré-candidato dos tucanos à Presidência da República, e de integrantes da cúpula do partido. Azeredo, ex-governador de Minas Gerais e réu no processo conhecido como mensalão tucano, recebeu Aécio durante a tarde desta quinta.

Além do senador, o candidato ao governo de Minas pelo PSDB, Pimenta da Veiga, o governador do Estado, Antônio Anastasia, o presidente do PSDB de São Paulo, Duarte Nogueira, e o deputado federal Marcus Pestana também estavam presentes.

Segundo pessoas que acompanham a visita, o clima era de solidariedade. "Nós fomos lá prestar nossa solidariedade e reafirmar que acreditamos na idoneidade dele", afirmou Duarte Nogueira. De acordo com os tucanos, Azeredo apresentava estar mais tranquilo. Ele relatou que conseguiu controlar sua pressão arterial e que tem se sentido melhor.

Decisão sobre Azeredo será tomada após julgamento de recursos do mensalão

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai decidir se a Ação Penal 536, continuará em tramitação na Corte somente na semana que vem, após o julgamento dos embargos infringentes da Ação Penal 470, o processo do mensalão. O ministro não quer superposição entre os dois casos.

Na Ação Penal 536, que está sendo chamada de processo do mensalão mineiro, o ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que renunciou ao mandato nesta quinta-feira (19), é investigado por desvio de dinheiro público durante a campanha pela reeleição ao governo de Minas Gerais em 1998. Barroso é o relator da ação.

Com a renúncia, Azeredo perdeu o foro privilegiado e o processo poderá ser remitido à Justiça de primeira instância, atrasando o julgamento. No entanto, o envio das acusações não é automático. No caso do ex-governador mineiro, Barroso vai avaliar se o objetivo da renúncia foi retardar o fim da ação penal. De acordo com o ministro, o processo termina quando são apresentadas as alegações finais. No entanto, ele não antecipou qualquer juízo sobre a questão e disse ainda que vai analisar os casos precedentes que foram julgados no Supremo.

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