Documentos do Conselho Nacional de Previdência Social revelam que Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, foi avisado sobre irregularidades no INSS em junho de 2023, mas só tomou providências cerca de um ano depois. As denúncias, apontavam descontos em benefícios de aposentados e pensionistas. A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União investigam o esquema, que envolvia o repasse de valores descontados sem autorização a entidades suspeitas de prestar serviços fictícios aos beneficiários. Ao todo, onze associações estão sob investigação.
PDT cogita deixar Ministério da Previdência após escândalo no INSS
O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), declarou que o partido poderá abrir mão de indicar um novo nome para o Ministério da Previdência caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decida demitir o atual ministro Carlos Lupi (PDT) em meio ao escândalo de fraudes bilionárias no INSS. Segundo Heringer, mesmo que Lupi peça demissão, a legenda manterá a postura de não querer permanecer à frente da pasta. O deputado criticou o Ministério da Previdência, afirmando que ele "só traz ônus" e que o PDT precisa de um espaço mais relevante no governo para apoiar Lula de forma "fiel" e implementar políticas públicas. O partido estaria reivindicando um ministério com maior visibilidade e capacidade de entrega de resultados.
Coronel Chrisóstomo articula CPI para investigar fraudes no INSS
O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) está reunindo assinaturas para pedir a abertura de uma CPI que investigue fraudes no INSS, que levaram à demissão do presidente do órgão e ao afastamento de cinco servidores. Ele já conseguiu mais de 100 das 171 assinaturas necessárias e conta com apoio de partidos como União Brasil, Republicanos, Podemos, PSD, MDB, PP e Solidariedade.
Ativismo de toga: ministros atuam nos bastidores para barrar anistia
O Supremo Tribunal Federal (STF) vem extrapolando suas funções constitucionais e invadindo o espaço dos Poderes Legislativo e Executivo. Longe de se limitar ao julgamento de processos, ministros da Corte têm feito articulações políticas nos bastidores para barrar projetos, como a anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Jantares secretos, pressões via imprensa e recados informais são algumas das estratégias usadas para intimidar parlamentares e moldar decisões políticas. Juristas denunciam a degradação da separação dos poderes e classificam a postura do STF como "promiscuidade institucional" e "traição ao povo brasileiro". Mais do que juristocracia, o Brasil assiste a uma verdadeira tomada de poder, com ministros atuando como operadores políticos, rompendo o dever de neutralidade, e transformando a democracia em uma mera ficção.
Barroso pressiona contra anistia e defende penas duras para o 8 de janeiro
Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, reafirmou sua oposição ao projeto de anistia dos envolvidos nos atos do 8 de janeiro. Segundo Barroso, os atos foram “imperdoáveis” e não merecem perdão. Apesar da rejeição à anistia, o ministro sugeriu alternativas para reduzir as penas, como alterações na legislação que tratem os crimes de forma diferente, resultando em penas mais leves. Barroso negou articulações diretas com o presidente da Câmara, Hugo Motta, sobre o tema, mas admitiu estar aberto ao diálogo em geral. Sua fala reforça a pressão do STF para influenciar o Congresso, enquanto o projeto de lei avança entre parlamentares.
PCO afirma que Débora Rodrigues é inocente e compara ministros a juízes da ditadura
O Partido da Causa Operária (PCO), de orientação de esquerda, criticou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF) após a condenação da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão, por ter pichado a estátua da Justiça com batom nos atos de 8 de janeiro. O partido classificou a pena como absurda e comparou os ministros do STF a juízes da ditadura militar, afirmando que Débora é uma inocente presa por crimes inventados. A divergência entre os próprios ministros, com Luiz Fux propondo pena de apenas um ano e meio, também foi destacada. Segundo o PCO, a punição correta seria, no máximo, uma multa.
Defesa de Débora levará caso a instâncias internacionais
A defesa de Débora Rodrigues dos Santos, condenada pelo STF a 14 anos de prisão por pichar a estátua da Justiça com batom, anunciou que recorrerá da decisão e pode acionar instâncias internacionais. O relator Alexandre de Moraes defendeu a pena máxima, seguido por Flávio Dino e Cármen Lúcia, enquanto Luiz Fux sugeriu pena bem menor, de 1 ano e 6 meses. O advogado de Débora, Hélio Júnior, apontou falta de provas e criticou a generalização da conduta. Débora já passou dois anos presa e atualmente cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. O julgamento será concluído oficialmente no dia 6 de maio, até quando ministros ainda podem mudar seus votos.
Esposas de ministros ocupam tribunais com salários de até 79 mil reais
A prática de nomear esposas para tribunais de contas estaduais tem garantido mais poder político e renda a ministros do governo Lula. Segundo levantamento com dados do Portal da Transparência, pelo menos cinco ministros — todos ex-governadores — têm suas mulheres ocupando cargos de conselheiras, com salários superiores aos deles próprios. Enquanto os ministros recebem entre R$ 44 mil e R$ 46,5 mil brutos, as conselheiras chegam a ganhar até R$ 79,5 mil, com benefícios. O maior salário é o de Renata Calheiros, esposa de Renan Filho (Transportes), no Tribunal de Contas de Alagoas. Aline Peixoto, casada com Rui Costa (Casa Civil), ganha R$ 54,3 mil na Bahia. Onélia Santana, mulher de Camilo Santana (Educação), recebe R$ 50,2 mil no Ceará. Marília Góes, esposa de Waldez Góes (Integração Regional), ganha R$ 59,5 mil no Amapá. E Rejane Dias, casada com Wellington Dias (Desenvolvimento Social), recebe R$ 41,8 mil no Piauí.
Entidades como a Transparência Internacional e o Instituto Não Aceito Corrupção criticam essas nomeações, alertando para o risco de nepotismo e a manutenção de redes de influência política nos estados.
Lula nomeia 323 aliados para cargos com supersalários
O governo Lula ampliou salários de 323 aliados políticos nomeados para conselhos de estatais e empresas privadas com participação da União, elevando contracheques para até R$ 80 mil. Beneficiados incluem ministros, secretários, dirigentes do PT, ex-parlamentares e apadrinhados do Congresso. Segundo o Planalto, as nomeações seguem a Lei das Estatais e são avaliadas por comitês internos. O governo defendeu a prática citando a importância da diversidade de formação dos conselheiros e o compromisso com a governança corporativa.
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