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Soldados israelenses ocupam trincheiras abandonadas por egípcios no Deserto do Negev, durante a guerra de 1948.
Soldados israelenses ocupam trincheiras abandonadas por egípcios no Deserto do Negev, durante a guerra de 1948.| Foto: Wikimedia Commons/Domínio público

No último dia 7 de outubro, terroristas do Hamas, fortemente armados, realizaram uma invasão coordenada ao sul de Israel. Até o momento, são 2 mil judeus e árabes israelenses que foram assassinados, além de 4.562 feridos. Além disso, 200 israelenses foram sequestrados, levados para Gaza. Homens, mulheres, crianças, bebês e até idosos sobreviventes do Holocausto foram decapitados, queimados vivos, estuprados. Muitos desses também são cidadãos de dezenas de países ocidentais.

No kibutz de Kfar Aza foram encontrados os corpos de aproximadamente 40 bebês, alguns deles decapitados. Em uma rave que acontecia próximo à fronteira com a Faixa de Gaza, foram encontrados os corpos de 260 jovens, participantes da festa, que foram assassinados pelo grupo terrorista Hamas. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, declarou que o país está em guerra pela primeira vez desde 1973. As Forças de Defesa de Israel (IDF) iniciaram a operação Swords of Iron (“Espadas de Aço”), uma ação contraofensiva contra os militantes do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

Com isso, cresceu o interesse pelo histórico conflito entre os árabes e o Estado de Israel, fazendo-se necessário contribuir com informações fidedignas do conflito, para que as pessoas sejam devidamente informadas.

A Segunda Guerra Judaica

Entre os anos 117 e 138 d.C., Públio Élio Adriano era o imperador romano. No ano 130 d.C., em visita à região da Judeia, Adriano manifestou interesse em reconstruir a cidade de Jerusalém, que havia sido destruída no ano 70 d.C. pelas tropas romanas de Tito e Trajano na Primeira Guerra Judaica. No entanto, Adriano não queria apenas reconstruir a cidade: seus planos eram fazer da Jerusalém reedificada uma cidade helenizada. Além disso, ele tinha a intenção de construir um templo dedicado a Júpiter Capitolino nas ruínas onde antes existia o Templo de Jerusalém.

Mesmo após a Diáspora, nunca houve um momento sequer em que não houvesse judeus vivendo na região. Ali era a terra deles e assim continuou sendo

Diante disso, um grupo de judeus revoltados se uniu em rebelião contra os romanos. Durante a revolta, um judeu chamado Simão Bar Kokhba, ou “Simão filho da Estrela”, se destacou como um grande líder da revolta. O impacto de Bar Kokhba foi tão grande que algumas lideranças judaicas chegaram a declará-lo como messias e saudaram sua revolta como a manifestação do reinado do messias na Terra. Essa revolta durou até o ano de 136 d.C., quando os judeus foram totalmente derrotados pelas legiões romanas, comandadas pelo general Sexto Júlio Severo, que empregaram táticas de guerrilha para destruir os judeus. Como consequência, 580 mil judeus foram mortos pelos romanos.

O imperador Adriano expulsou todos os judeus de Jerusalém, impedindo-os de retornar ao território sob ameaça de pena de morte, caso desobedecessem. Junto com isso, as celebrações religiosas judaicas também foram proibidas, incluindo a prática da circuncisão, tão comum na tradição judaica. Bernard Lewis afirmou que “até a própria nomenclatura histórica dos judeus seria obliterada [após a derrota nessa guerra]. Jerusalém recebeu o nome de Aelia Capitolina, construindo-se um templo a Júpiter no local do Templo destruído. Abolidos os nomes Judeia e Samaria, o país foi rebatizado como Palestina, em homenagem aos filisteus, há muito esquecidos”.

A Diáspora

Como resultado das ações do imperador Adriano, os judeus se espalharam pelo Oriente e, principalmente, pelo Ocidente, em um processo conhecido como Diáspora, que se acentuou nesse período, mas que teve seu início bem antes. Em 722 a.C., o império assírio assediou o Reino do Norte de Israel e levou cativas milhares de pessoas que nunca retornaram aos seus lares. Em 586 a.C., foi a vez de os babilônios invadirem o Reino do Sul, levando também milhares de judeus como cativos para a Babilônia. A grande diferença entre o destino do Reino do Norte e do Reino do Sul é que, após 70 anos de exílio, os sobreviventes deste último ganharam do rei Ciro, o Grande, permissão para retornar a Jerusalém, quando os medo-persas dominavam a região.

As invasões assíria, babilônica e romana contribuíram para que os judeus fossem espalhados pelo mundo, tendo de se adaptar a novos lares em países com culturas e línguas diferentes das suas, e se estabelecendo por gerações fora do território de Israel.

A Palestina

Enquanto muitos judeus estavam espalhados pelo mundo, a região de Israel, agora conhecida como Palestina, passou por mudanças demográficas constantes e significativas. No entanto, a história registra que nunca houve um momento sequer em que não houvesse judeus vivendo na região. Ali era a terra deles e assim continuou sendo. Havia, inclusive, uma convivência pacífica dos judeus com outros povos que constantemente migraram para a região.

Em 395 d.C., o Império Romano foi dividido entre o Império Romano do Ocidente, governado por Roma, e o Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla. O império ocidental sucumbiu às invasões dos bárbaros germanos, mas o império oriental ainda sobreviveria por outros mil anos. A região de Israel ficou sob administração do Império Romano do Oriente, que havia adotado o cristianismo e passou a ser conhecido como Império Bizantino. Apesar das perseguições aos judeus, eles não foram eliminados da região. Quando um comandante persa chamado Shahrbaraz desafiou os bizantinos e cercou Jerusalém, ele recebeu o apoio de 20 mil judeus de Antioquia e Tiberíades, que se uniram para lutar contra os cristãos. Com a vitória dos persas, o controle da região retornou às mãos dos judeus, ainda que por um curto período.

O Islã

No século 7.º, o mundo testemunhou o surgimento e a ascensão do islamismo. Após a migração de Meca para Yathrib, em um evento conhecido como “Hijra” ou “Hégira”, Maomé trocou o nome de Yathrib para Medinat um-Nabi, a Cidade do Profeta, ou simplesmente Medina, como a cidade é conhecida hoje. Após este evento, a tradição islâmica acredita que certa noite o anjo Gabriel levou Maomé a um local chamado de “o Santuário Mais Distante”. Nesse lugar, Maomé teria encontrado Adão, Abraão, Moisés, José e Jesus, e teria subido aos céus por meio de uma escada para conversar com Deus.

O local exato do Santuário Mais Distante nunca foi especificado por Maomé; no entanto, desde muito cedo, a tradição islâmica viu a cidade de Jerusalém como sendo esse local – mais especificamente, o Monte do Templo, onde antes se localizava o Templo de Israel.

O século 20 foi marcado por conflitos e, em meio a tantas guerras, o povo mais perseguido foi o judeu

Inicialmente, a relação de Maomé com outros povos era amigável. Nos locais onde ele tinha influência, demonstrava tolerância em relação aos cristãos e, principalmente, aos judeus. No entanto, à medida que os judeus se recusavam a adotar os seus ensinamentos, a sua postura em relação a eles mudou, e ele começou a pregar que o Templo dos judeus havia sido destruído devido aos seus muitos pecados. Isso resultou em uma perseguição aos judeus. Em uma vila judaica, Maomé decapitou 700 judeus, além de escravizar mulheres e crianças.

Os turcos otomanos

Na primeira metade do século 7.º, o Império Bizantino estava ocupado na luta contra os sassânidas, o último império persa pré-islâmico. Aproveitando-se disso, os exércitos árabes subiram para atacar os bizantinos. Como Maomé já havia morrido, os muçulmanos foram liderados por Abu Bakr, sogro do profeta. Em 636 d.C., uma impiedosa tempestade de areia contribuiu para a derrota dos exércitos bizantinos pelos muçulmanos, marcando assim a primeira dominação árabe em Israel.

Segundo Simon Sebag Montefiore, os muçulmanos inicialmente demonstraram muito respeito pelos locais sagrados de judeus e cristãos. Embora os muçulmanos fossem o poder dominante, judeus e cristãos compartilhavam da região, tendo liberdade para visitar seus locais sagrados e fazer as suas orações.

O califa Moáuia I, cunhado de Maomé, foi o primeiro a manifestar o desejo de construir um local para que os muçulmanos pudessem fazer suas orações. No entanto, foi o califa Abd al-Malik o responsável pelo início da construção do Domo da Rocha no ano de 685 d.C. Em 717 d.C., a mesquita de Al-Aqsa foi construída, ambos os edifícios construídos no local onde anteriormente se situava o Templo dos judeus. Isso fez com que Jerusalém se tornasse o terceiro local mais sagrado para o islamismo, ficando atrás apenas de Meca e Medina. Com tudo isso, ainda havia relativa paz entre judeus, muçulmanos e cristãos na região.

Foi somente durante o período das Cruzadas que os cristãos ocidentais recuperaram o controle da região, em uma sequência de mudanças de poder – ora os muçulmanos dominavam, ora os cristãos cruzados venciam os exércitos islâmicos. Junto com esses dois grupos, os judeus estavam presentes na região, mantendo suas tradições e religiosidade. Entre os séculos 14 e 16, o Império Otomano ascendeu ao poder na região, a partir de constantes guerras contra o Império Bizantino, e Jerusalém caiu sob seu domínio.

O século 20

O século 20 foi marcado por conflitos e, em meio a tantas guerras, o povo mais perseguido foi o judeu. Isso começou com os pogroms na Rússia czarista, nos quais judeus eram espancados em praça pública por uma população incitada pelo puro ódio. As atrocidades perpetradas pela Alemanha nacional-socialista foram ainda mais devastadoras, e redundaram em 6 milhões de judeus exterminados: espancados, famintos, doentes, fuzilados, enforcados, afogados, queimados vivos e mortos pela exposição ao monóxido de carbono ou pelo uso de câmaras de gás com o Zyklon B.

Após a Primeira Guerra Mundial, com a derrota do Império Otomano, a região de Israel ficou sob a administração do Império Britânico. Com a divulgação do horror das atrocidades cometidas pelos alemães ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1947, a Assembleia-Geral das Nações Unidas promoveu a divisão da Palestina britânica em dois Estados, um para Israel e outro para os árabes palestinos. A criação de um país para o povo judeu era um sonho idealizado ainda no século 19 pelo judeu austríaco Theodor Herzl – e até antes, por sionistas cristãos no Reino Unido e Estados Unidos. Em 14 de maio de 1948, Israel declarou sua independência.

Como demonstrado anteriormente, os judeus sempre estiveram presentes no território de Israel. Nunca houve um momento sequer na história em que a terra estivesse completamente sem judeus. E, como vimos, eles não estavam presentes apenas como “enfeites”, mas desempenharam um papel de grande relevância em diversos acontecimentos na região.

Como consequência da invasão da coalizão árabe, o Estado palestino nunca chegou a existir, nem antes, nem depois da partição aprovada pela ONU

Além disso, é importante ressaltar que a convivência entre judeus, cristãos e muçulmanos ocorreu de forma significativa em vários períodos da história. No entanto, à medida que as perseguições aos judeus se intensificavam na Europa, muitos judeus europeus procuraram migrar para o território de Israel. A partir de 1800 essas migrações tornaram-se cada vez mais frequentes e com números crescentes. Em 1844, a população de Jerusalém era de cerca de 15,1 mil residentes, dos quais 7.120 eram judeus. Em 1876, havia 12 mil judeus em uma população de 25 mil pessoas. Em 1931, 51.222 judeus viviam na cidade, em um total de 90.451 moradores. Esses números são documentados na obra Por amor de Sião. Isso representa um crescimento impressionante!

A luta de Israel por sua sobrevivência

Em 14 de maio de 1948, Israel declarou sua independência. No dia seguinte, uma coalizão formada por Egito, Síria, Iraque, Jordânia, Líbano e Arábia Saudita atacou Israel. A violência desses ataques foi impressionante, envolvendo mutilações, estupros, saques e pilhagens. Os militares árabes não deixaram nenhum judeu sobrevivente nas áreas que conquistaram. Para atacar com mais liberdade, militares árabes removeram os habitantes árabes das regiões, prometendo que, após a guerra e a derrota de Israel, eles poderiam retornar às suas casas. Conforme a situação na guerra se deteriorou para os árabes, a população árabe, temendo retaliações por parte dos judeus vitoriosos, partiu da região. Como resultado, 700 mil árabes nunca foram repatriados por nenhum dos países que atacaram Israel. Israel, em sua luta pelo direito de existir, venceu a guerra, embora tenha perdido 6.373 pessoas em um conflito sangrento. Cerca de 700 mil judeus foram expulsos dos países árabes, e praticamente todos foram recepcionados em Israel. Como consequência da invasão da coalizão árabe, o Estado palestino nunca chegou a existir, nem antes, nem depois da partição aprovada pela ONU.

Em 1967, Israel realizou um ataque preventivo em resposta à movimentação de tropas egípcias no sul. Em menos de uma semana de combate, Israel emergiu vitorioso da chamada Guerra dos Seis Dias. Somente na primeira noite do conflito, metade da força aérea egípcia foi destruída e, como resultado, Israel conquistou mais territórios que os originalmente determinados pela ONU em 1947 – inclusive retomando sua capital ancestral, Jerusalém.

Em outubro de 1973 Israel foi covardemente atacado por uma coalizão de países árabes, liderados por Egito e Síria, no dia do Yom Kippur, o Dia do Perdão, o feriado mais importante para os judeus. Após 20 dias de combate, Israel mais uma vez emergiu vitorioso. A batalha nas Colinas de Golã é considerada uma das maiores batalhas de carros de combate da história, rivalizando com as lutas titânicas no front oriental da Segunda Guerra Mundial, entre a Alemanha nacional-socialista e seus aliados contra a União Soviética.

Além desses conflitos em larga escala, a tensão na região aumentou em vários momentos, como a Primeira e a Segunda Intifada em 1987 e 2000, respectivamente, quando palestinos na Cisjordânia se rebelaram contra as forças armadas israelenses, usando paus e pedras como armas. Houve também diversos outros ataques terroristas contra cidadãos israelenses, como o atentado de 1972, quando um grupo palestino chamado Setembro Negro assassinou 11 membros da delegação israelense nos Jogos Olímpicos de Munique. Isso demonstra o desejo constante de grupos terroristas árabes palestinos de eliminar Israel em vez de buscar a paz com essa nação.

Muitos se perguntam qual seria a solução para o conflito, e várias entidades repetem a mesma mensagem: os árabes palestinos precisam aceitar a solução de dois Estados, isto é, um Estado israelense e um Estado árabe-palestino, coexistindo pacificamente lado a lado. No entanto, inúmeras tentativas de solução se mostraram ineficazes, incluindo o Plano de Partilha da Comissão Peel em 1937, a oposição árabe ao plano de divisão da ONU em 1947, e muitas outras tentativas, como a Conferência de Madri em 1991, os Acordos de Oslo em 1993 e a Cúpula de Camp David em 2000. Diante disso, grupos terroristas como o Hamas seguem desejando não a paz, mas a total destruição de Israel. Os árabes palestinos poderiam ter transformado Gaza na Cingapura do Oriente Médio depois de Israel ter abandonado o território em 2005. Em vez disso, Gaza foi transformada num gigantesco enclave terrorista. Nas palavras da ex-primeira-ministra de Israel Golda Meir: “Nós só teremos paz com os árabes quando eles amarem seus filhos mais do que nos odeiam”. A derrota de Israel em uma única guerra redundará no extermínio dos judeus na região e no fim de Israel.

O antissemitismo da extrema-esquerda

Em novembro de 2021, vários parlamentares brasileiros de esquerda e extrema-esquerda lançaram um manifesto contra a inclusão do Hamas na lista de grupos terroristas pelo Reino Unido. Entre os signatários estava o ministro-chefe de comunicação do governo petista, Paulo Pimenta, que tem longo histórico de ligação com o fundamentalismo islâmico. E a esquerda e a extrema-esquerda no Brasil e no exterior continuam defendendo os terroristas do Hamas, retratando-os como “guerreiros da liberdade”. Isso lembra o que Deltan Dallagnol escreveu em suas redes:

“Nos últimos quatro anos, a esquerda e extrema-esquerda têm chamado de tudo que não gostam no Brasil de nazismo: governo Bolsonaro, motociatas, questionamento às eleições, influencers de direita, [...] cristãos e conservadores. Mas é justamente a extrema-esquerda que agora está dando as maiores demonstrações de nazismo real: manifestações pró-Hamas, pedindo o fim do Estado de Israel, zombarias com mulheres israelenses estupradas, bandeira de Israel com barata no lugar da Estrela de Davi, petista dono de blog chapa-branca comparando os judeus a ratos a serem caçados e inúmeros outros absurdos. Menos de uma semana depois do ataque terrorista em Israel, a esquerda e extrema-esquerda conseguiram reproduzir toda a iconografia clássica da propaganda nazista nas redes sociais mostrando quem eles realmente são, o que realmente pensam e sentem e o que eles fariam com você [e os judeus] se eles tivessem o poder e a liberdade para isso. Precisamos abrir os olhos: quem defende esses métodos e práticas absurdos para atingir fins ilegítimos do outro lado do mundo, o que não faria, se pudesse, com nosso país?”

Em várias ocasiões Israel fez concessões para uma solução de dois Estados, mas os árabes palestinos sempre recusaram as propostas. Grupos terroristas como o Hamas seguem desejando não a paz, mas a total destruição de Israel

Em síntese, como já demonstrado sobejamente, a extrema-esquerda e o nacional-socialismo são gêmeos heterozigotos; ou, colocando de forma popular, são pontas diferentes da mesma ferradura, onde os extremos se tocam. Documentação extensa desse fenômeno pode ser encontrada na obra Contra a idolatria do Estado. Depois da demonstração clara de antissemitismo por boa parte da esquerda e extrema-esquerda brasileira, fica a pergunta: quem é “nazista” e “fascista”, afinal?

Aliás, o antissemitismo entranhando no imaginário ocidental vai sendo desmascarado nessa nova e trágica guerra no Oriente Médio – pois, de acordo com o imaginário antissemita, a culpa é sempre do judeu. Se terroristas árabes invadiram e trucidaram 1,4 mil judeus em Israel, a culpa foi dos judeus. Se um foguete defeituoso do Hamas cai no que seria supostamente um hospital em Gaza, a culpa é dos judeus. Os meios de comunicação ocidentais passaram dias debatendo se o Hamas é um grupo terrorista ou não – mesmo sendo assim reconhecido por Israel, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, União Europeia, Japão, Nova Zelândia e Austrália – e se os bebês judeus foram decapitados ou não pelos terroristas. Mas, em questão de segundos, estes mesmos meios de comunicação, na noite de 17 de outubro, acusaram Israel de bombardear um hospital em Gaza, quando as evidências já apontavam em outra direção – as imagens mostram que o foguete atingiu um estacionamento ao lado do hospital, os prédios ao redor do hospital não estão danificados e não há uma cratera que seria gerada por uma bomba. Ou seja: o antissemitismo está tão entranhado no ocidente que parece ser mais sensato dar atenção aos terroristas do Hamas do que ao Estado de Israel. Como o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, afirmou, em meio às notícias falsas sobre a explosão do hospital: as informações do Hamas devem ser tratadas da mesma forma que as informações provenientes do Kremlin. E é preciso entender deixar claro: o Apartheid que a extrema-esquerda gosta tanto de citar para descrever a situação entre Israel e os árabes palestinos foi criado por estes últimos, que não aceitam sob hipótese alguma conviver com israelenses.

Os cristãos e o apoio a Israel

Israel foi alvo de um ataque terrorista, em que homens armados do Hamas executaram civis a sangue frio, sequestraram mulheres e crianças, e cometeram outros atos bárbaros. Em resposta, as Forças Armadas de Israel estão atacando bases de operação do grupo terrorista em Gaza. É preciso lembrar que os terroristas do Hamas utilizam escolas, hospitais e outras áreas civis como escudo, com objetivo de gerar mais mortes, podendo assim acusar Israel de cometer atrocidades – levando ocidentais, contaminados pelo antissemitismo, a tentar igualar Israel ao Hamas. Mas essa é uma guerra assimétrica, da civilização contra os bárbaros, que não respeitam nenhuma regra moral. Israel é uma democracia, que garante direitos civis até mesmo aos muçulmanos, seus inimigos declarados; quase todos os países islâmicos são, na prática, teocracias obscurantistas, em que não há o menor respeito pelos direitos humanos. Mulheres são tratadas como cidadãs de segunda classe, homossexuais são mortos, assim como os cristãos, só para citar alguns exemplos. De um lado temos a civilização; de outro, a barbárie.

Portanto, podemos oferecer sugestões claras e sem ambiguidade sobre por que os cristãos, especialmente, devem apoiar Israel e os judeus nessa hora:

1. Os judeus massacrados no genocídio do Holocausto (Shoa) na Europa há duas gerações não possuem lugar seguro no mundo onde podem se refugiar [...] depois dos 6 milhões de judeus assassinados [pelos nacional-socialistas alemães]; 2. Os judeus estão, em sua maioria, dispostos a negociar com árabes para uma solução pacífica no Oriente Médio, como temos visto; 3. A terra de Israel possui os lugares mais importantes da fé monoteísta. Sob o Estado de Israel, esses lugares têm sido respeitados e abertos a todos, sem discriminação; 4. Israel é uma democracia, com liberdade para judeus, árabes muçulmanos, minorias cristãs (árabes, gregos, armênios, etc.), caucasianos, drusos e africanos refugiados. Uma situação rara na região; 5. Israel é uma flor de cultura na região do Oriente Médio. Educação, ciência, progresso e desenvolvimento são palavras de ordem. São 12 vencedores de prêmio Nobel em 75 anos de existência; 6. Os valores de Israel são os [...nossos] valores: respeito, lei, diversidade, liberdade, tolerância, democracia. [Nos identificamos...] com esses valores; 7. Há um abismo entre Israel e os seus vizinhos em termos de liberdades individuais, respeito à mulher e direitos humanos. Isso deve ser considerado. Nenhum autoritarismo pode ser apoiado. O terrorismo jihadista [muçulmano] deve ser repudiado pela comunidade internacional; 8. Há um ódio irracional, [demoníaco,] sem sentido, incompreensível contra Israel e os judeus de modo geral. Não faz sentido. Eles são seres humanos, como os americanos, os alemães, os brasileiros, os árabes. Merecem respeito, sobrevivência e têm direito à defesa [contra os ataques de seus inimigos externos].”

Por fim: os cristãos são ensinados na Escritura Sagrada que a terra de Israel lhes foi dada pelo único Deus por herança perpétua, resultado de alianças firmadas com Abraão, Moisés e Davi, e nunca revogadas na nova aliança firmada com e pelo Messias Jesus. E o Catecismo da Igreja Católica (§ 674) reconhece corretamente a eleição do povo judeu como um dogma explícito:

“A vinda do Messias glorioso está pendente, a todo o momento da história, do seu reconhecimento por ‘todo o Israel’, do qual ‘uma parte se endureceu’ na ‘incredulidade’ (Rm 11,20) em relação a Jesus. É Pedro quem diz aos judeus de Jerusalém, após o Pentecostes: ‘Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que os pecados vos sejam perdoados. Assim, o Senhor fará que venham os tempos de alívio e vos mandará o Messias Jesus, que de antemão vos foi destinado. O céu tem de O conservar até à altura da restauração universal, que Deus anunciou pela boca dos seus santos profetas de outrora’ (At 3,19-21). E Paulo faz-se eco destas palavras: ‘Se da sua rejeição resultou a reconciliação do mundo, o que será a sua reintegração senão uma ressurreição de entre os mortos?’ (Rm 11,15). A entrada da totalidade dos judeus na salvação messiânica, a seguir à ‘conversão total dos pagãos’, dará ao povo de Deus ocasião de ‘realizar a plenitude de Cristo’ (Ef 4,13), na qual ‘Deus será tudo em todos’ (1Co 15.2).”

Oremos pela paz e salvação de Israel! Oremos para que Deus abra os olhos dos árabes e estes reconheçam que o Filho de Davi é o único Messias e Salvador!

“Louvem o Senhor, porque o Senhor é bom;
cantem louvores ao seu nome,
porque é agradável.
Pois o Senhor escolheu Jacó para ser dele,
e Israel, para ser o seu tesouro especial”.
(Salmos 135,3-4)

(Este texto foi escrito em coautoria com Willy Robert Henriques, graduado em Teologia pelo Seminário Martin Bucer, mestrando em Divindade pelo Seminário Martin Bucer, aluno de Relações Internacionais e participante do programa Mastership da Stand With Us Brasil.)

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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