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A Kultivi é uma empresa curitibana. No entanto, a maior parte dos alunos que acessam a plataforma são do estado de São Paulo. Os paranaenses estão em quinto lugar no número de acessos.
A Kultivi é uma empresa curitibana. No entanto, a maior parte dos alunos que acessam a plataforma são do estado de São Paulo. Os paranaenses estão em quinto lugar no número de acessos.| Foto: Pexels.

Quase um milhão de brasileiros já acessaram a plataforma Kultivi, de cursos online totalmente gratuitos. Desses, quase 300 mil já assistiram a alguma aula. Os dados são do empresário Cláudio Matos, paranaense e um dos sócios da startup de três anos e que oferece um leque de 70 cursos para os mais variados públicos.

A ideia é democratizar o conhecimento e fazer a plataforma chegar a ainda mais pessoas. Entre as aulas ofertadas, há desde cursos de línguas, empreendedorismo, preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), lições de conhecimentos gerais, treinamentos para o exame da ordem do Conselho da Ordem dos advogados do Brasil (OAB), entre outros. A startup informou à reportagem que o público que mais usa os serviços da empresa está na faixa etária de 17 a 35 anos.

Os cursos mais vistos na Kultivi são os de línguas.
Os cursos mais vistos na Kultivi são os de línguas.

Crise

“Antes da Kultivi, já trabalhávamos no mercado de materiais didáticos. Mas fomos percebendo que o poder de compra das pessoas vinha diminuindo. Uma apostila que custava R$ 120 passou a ser vendida a R$ 80 e, mesmo assim, os alunos não conseguiam comprar. Foi o que nos fez pensar neste modelo de negócio que temos hoje, ofertando o conteúdo, mas sem cobrar por ele”, explica Matos.

O conceito que o dono da empresa busca seguir é o da economia colaborativa.

Sustentabilidade

A lógica de funcionamento, para Matos, é simples e já segue o que o mercado vem fazendo. Quem paga a plataforma são os anunciantes, por meio de espaços publicitários. “São empresas que querem desenvolver educação de qualidade no Brasil e atrelar sua marca a esse projeto”, explica o sócio da Kultivi.

Outra forma de manutenção do projeto está no apoio prestado por pessoas físicas e jurídicas. Por meio da iniciativa chamada de “Apoia.se”, é possível que qualquer um contribua com a Kultivi. Mais da metade dos recursos doados – 56% - é destinado aos profissionais que são remunerados de acordo com o valor de mercado.

Entre os professores, encontram-se aqueles com experiência em instituições de ensino públicas e privadas, com titulações elevadas, como mestres e doutores, assim como jovens educadores com uma didática mais dinâmica, especialmente para os cursos preparatórios para os exames.

Mais vistos

Os cursos mais acessados são os de línguas. “Na plataforma, a maioria dos usuários busca cursos de idiomas, especialmente o inglês”, diz Matos.

Até o mês de abril, a Kultivi já havia registrado mais de 80 mil alunos no curso de inglês – que oferece 230 aulas e materiais de apoio –, além de 21 mil em espanhol, 18 mil em francês e 7 mil em italiano.

“Um curso de inglês como o nosso, se vendido, não sairia por menos de R$ 10 mil. Na Kultivi, com a democratização do ensino, esperamos formar milhões de novos poliglotas”, diz Matos.

Além de oferecer as vídeos aulas no site, a Kultuvi tem um canal do YouTube, com mais de 200 mil inscritos. Lá, também é possível “frequentar” os cursos. De acordo com Matos, por dia, a página recebe 40 mil usuários em diferentes conteúdos.

Outro perfil que busca o conteúdo é o de estudantes interessados em realizar provas de exames, como o Enem ou a OAB.

“No YouTube, a maioria dos usuários é de estudantes universitários, especialmente de Direito, que buscam as aulas em época de provas e exames para revisar os assuntos”, relata o empresário.

Desafios

Para Matos, o diferencial da Kultivi em relação a outras plataformas de Ensino à Distância (EAD) é a gratuidade. No entanto, ele busca mais.

“Quando empreendemos, é preciso inovar sempre. Vejo que entramos no nicho fazendo algo que o mercado já faz [vídeo aulas] e o modelo tende a ser algo ultrapassado. No entanto, não paramos no tempo. Estamos apostando em mais tecnologia e recursos. Estamos investindo em e-books interativos, aplicativo, podcasts e estratégias de gamificação”, disse.

A gamificação é usar as características de jogos para engajar.

Certificação

O usuário que finaliza um curso na Kultivi, cumprindo todos os pré-requisitos da plataforma, ganha certificação. As horas podem ser computadas como horas complementares em instituições de ensino superior.

Como os cursos da Kultivi são classificados como “cursos livres”, a certificação da empresa não é reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), que autoriza cursos de graduação, pós-graduação e técnicos profissionalizantes.

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