A operadora espanhola Aena Brasil anunciou nesta segunda-feira (25) que vai revitalizar e ampliar o espaço do Aeroporto de Congonhas, do qual é a nova concessionária. O investimento em infraestrutura no espaço permitirá que o aeroporto localizado na zona sul da capital paulista volte a operar voos internacionais, após quase 40 anos de paralisação.
A Aena vai assumir a gestão do aeroporto pelo período de 30 anos, a partir do próximo dia 17 de outubro. Santiago Yus, diretor-presidente da Aena no Brasil, confirmou que haverá deslocamento da pista de táxi para adequar Congonhas às normas internacionais. Para isso, está projetada a construção de um novo terminal.
Um dos mais movimentados da América Latina, o Aeroporto de Congonhas conta com mais de 35 mil metros quadrados e, com a revitalização anunciada pela concessionária, deve ultrapassar os 80 mil metros quadrados, aumentando de 12 para, no mínimo, 20 pontes de embarque. O projeto ainda está em estudo, mas a promessa da Aena é para entrega das obras até junho de 2028. Atualmente, em razão do tamanho da pista, Congonhas não pode receber voos internacionais. O último voo que decolou do aeroporto com destino para o exterior foi no ano de 1985.
Em entrevista coletiva, o diretor-presidente da Aena explicou como será a operação. "Pelo projeto, poderemos ter uma área reversível para o caso de alguma companhia aérea estar interessada em operar aviação internacional", afirmou o executivo.
Por enquanto, a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) é a responsável pelo gerenciamento do Aeroporto de Congonhas, considerado patrimônio tombado. Algumas mudanças previstas terão de ser submetidas à aprovação da Prefeitura de São Paulo e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
De acordo com informações da Infraero, mais de 14 milhões de passageiros utilizaram o aeroporto de Congonhas neste ano. Até agosto, foram aproximadamente 153 mil pousos e decolagens - movimentação de quase 20 mil voos mensais.
Yus esclareceu que, apesar dos investimentos em infraestrutura, o aeroporto receberá apenas voos internacionais de rotas mais próximas. Chile, Argentina e Uruguai são possibilidades estudadas pela Aena. "Quem vai definir não somos nós, mas as companhias aéreas com suas estratégias", explicou.
O diretor da Aena Brasil chamou Congonhas de “Aeroporto dos Brasileiros”. Ele disse que a expectativa é receber 35 milhões de passageiros por ano por lá. Hoje, são cerca de 22 milhões.
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