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Ônibus da linha Colombo/CIC acidentado na Praça Tiradentes: falha mecânica é a principal linha da investigação policial | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Ônibus da linha Colombo/CIC acidentado na Praça Tiradentes: falha mecânica é a principal linha da investigação policial| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Em 5 meses, 346 acidentes

A tragédia provocada pelo ligeirinho da linha Colombo/CIC, que matou dois homens e deixou 32 pessoas feridas, na última quinta-feira, no Centro de Curitiba, acendeu um sinal de alerta sobre o transporte coletivo. De janeiro a maio, foram registrados 346 acidentes envolvendo ônibus ou micro-ônibus na capital, mais de duas ocorrências por dia (2,29, em média) – um aumento de quase 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Em boa parte dos acidentes – 226 do total –, houve vítimas.

O excesso de velocidade dos ônibus e a imprudência de motoristas, pressionados pelo controle de horário, são normalmente citados por usuários como a principal causa dos acidentes. Mas no caso da tragédia de quinta-feira, o depoimento do condutor e o relato de testemunhas apontam para pane mecânica como a provável causa. Se foi problema técnico ou falha humana, só a perícia poderá concluir, o que deve ocorrer em um prazo de 30 dias.

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Uma semana depois do acidente com um ônibus ligeirinho na Praça Tiradentes, que matou duas pessoas e deixou 32 feridas na manhã de quinta-feira (10), duas vítimas seguem internadas. Maria Inês Marcondes, de 42 anos, fraturou as duas pernas e está internada no Hospital Cajuru, onde se recupera de uma cirurgia. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, seu estado é estável e ela deve receber alta na próxima semana.

A outra vítima que ainda está no hospital é Claudete Pimentel Silveira, de 30 anos. Ela fraturou duas vértebras da coluna cervical e está no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul. Nesta quinta-feira (17), ela fez um exame de ressonância magnética, que vai determinar a necessidade de uma intervenção cirúrgica.

De acordo com Bernadete Pimentel da Silveira, irmã de Claudete, ela está melhorando, mas ainda depende dos acompanhantes e só pode comer alimentos pastosos. Bernadete conta que uma pessoa que se identificou como representante da Auto-Viação Redentor entrou em contato com a família nesta quinta. "Ligaram para nos dizer que estão à disposição, mas que não viriam visitar a Claudete porque o trânsito estava caótico. Nos disseram que se precisarmos de alguma coisa, podemos ligar para a empresa", conta. Este foi o primeiro contato da empresa com a família.

O advogado da Redentor, Heitor Fabreti Amante, afirmou que a empresa está entrando em contato com as famílias e visitando algumas vítimas do acidente nesta semana. O objetivo é fazer um diagnóstico da situação. De acordo com Fabreti, a Redentor deve se manifestar sobre o caso na segunda-feira (21).

O motorista do ônibus, José Aparecido Alves, de 49 anos, que estava afastado do trabalho desde o dia do acidente, recebeu um novo atestado médico. Ele permanece afastado por mais 15 dias.

Investigação

As investigações sobre as causas do acidente estão em andamento. O delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), diz que as testemunhas estão sendo ouvidas, mas que não há novidades.

O Instituto de Criminalística (IC), responsável pela perícia do ônibus, ainda não tem nenhum laudo conclusivo porque os resultados dos testes já realizados não estão prontos. O ligeirinho está no pátio do Detran e só as equipes de Engenharia Legal e Trânsito legal do IC têm acesso ao veículo. O laudo do acidente deve ficar pronto em 30 dias.

Na última semana, um perito do IC que preferiu não se identificar, afirmou que o ônibus estava a 55 km/h no momento da batida. A velocidade foi registrada pelo tacógrafo do veículo (equipamento que monitora o tempo de uso, a distância percorrida e a velocidade desenvolvida pelos veículos).

Indenização

As famílias dos dois mortos na tragédia dizem não ter recebido apoio da Auto-Viação Redentor, responsável pela linha. "Nenhum telefonema de condolências. Absolutamente nada", afirma o professor Rodrigo Brantes, filho do aposentado Carlos Alberto Fernandes Brantes. "Nem sequer entraram em contato", diz Fabrício Camargo da Silva, filho do sonoplasta Edison Pereira da Silva. A família Brantes deve definir entre esta quinta e sexta (18) os termos e os réus da ação de indenização com a qual deverá ingressar na Justiça, enquanto a família Silva pretende conversar com a Redentor.

A Redentor afirma que não deixará de arcar com sua responsabilidade, mas as vítimas ou famílias devem entrar em contato.

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