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Entidades de defesa dos direitos humanos lançam nesta quinta-feira (1), às 15h, um manifesto em defesa do Padre Júlio Lancelotti. Fundador da Casa Vida e responsável pelo vicariato episcopal do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, Lancelotti denunciou à polícia que é vítima de extorsão.

Preso, o acusado Anderson Marcos Batista, disse que recebia presentes de Lancelotti, com quem mantinha relacionamento sexual. Uma mulher não identificada depôs à polícia e reforçou as acusações contra o padre, que passou a ser investigado pela Polícia Civil. Outro preso, disse à Justiça em setembro deste ano que pedia dinheiro ao padre, com quem mantinha relacionamento.

Os militantes em defesa de Lancelotti vão se encontrar em frente à Casa Vida e depois em frente à casa do padre, que tem evitado compromissos públicos.

"O documento vai ressaltar a biografia do padre Júlio e sua luta pelos pobres e excluídos", afirma o secretário-geral do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e Coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves. O documento é redigido por Margarida Genevois, da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, uma das referências na militância contra a ditadura militar.

Além das entidades já citadas, o documento será assinado pelo Grupo Tortura Nunca Mais, Central de Movimentos Populares, Associação de Mães e Amigos de Crianças e Adolescentes em Risco (AMAR) e Pastoral Carcerária.

Afastamento

Amigos do padre Júlio Lancelotti dizem que ele não pretende se afastar definitivamente de seu trabalho social e religioso. No domingo (28), o padre não celebrou missa na Paróquia São Miguel Arcanjo, onde atua, sendo substituído por outro religioso.

De acordo com a Cúria Metropolitana, a decisão de não celebrar missas publicamente foi tomada pelo próprio padre. Entretanto, a assessoria de imprensa da Cúria diz que o padre Júlio não pensa em se afastar para sempre.

Nos últimos dias, padre Júlio não tem saído de sua casa, onde mora com a mãe no bairro do Belém, na Zona Leste de São Paulo. Por enquanto, ele não está freqüentando as duas ONGs em que atua - Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto e Casa Vida – tampouco ido à Pastroral do Povo de Rua.

"Ele se afastou enquanto os fatos não se esclarecerem. A gente espera que ele possa retornar o quanto antes às suas atividades. Nós não conversamos sobre isso (um possível afastamento)", disse o bispo Dom Pedro Stringhini.

O padre Júlio recebe diariamente visitas de amigos da Igreja e de entidades de direitos humanos que prestam solidariedade a ele. Apesar disso, amigos relatam que ele está triste e muito abatido com as notícias veiculadas desde que foi divulgada sua denúncia de extorsão contra o ex-interno da Febem Anderson Batista. "Neste momento, ele reza muito. Ele sempre foi um homem de oração e de fé", disse o padre Juarez Castro, da Cúria Metropolitana.

"Nós esperamos que ele volte logo ao normal. São feridas muito grandes", lamentou Dom Pedro Stringhini. Preso desde o dia 26, o ex-interno da Febem disse em depoimento à polícia que manteve relacionamento sexual com o padre em troca de dinheiro.

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