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O técnico Eduardo Baptista tem sofrido para dar consistência ao Coritiba, mas vai encontrando soluções aos poucos. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
O técnico Eduardo Baptista tem sofrido para dar consistência ao Coritiba, mas vai encontrando soluções aos poucos.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O técnico Eduardo Baptista completou nesta terça-feira (24) 100 dias no comando do Coritiba . E a marca do comandante veio com um presente especial: a primeira vitória fora de casa na Série B , sobre o Goiás, por 1 a 0. Foi sofrida, mas de vital importância para a equipe. Com uma média de praticamente um jogo por semana desde que assumiu (na 3.ª rodada, contra o Criciúma), o aproveitamento do treinador é de 53,3%.

Ao longo desses pouco mais de três meses que está no Couto Pereira, Baptista já mudou bastante o time que vinha do vice-campeonato estadual. Entre filosofias de jogo, métodos de treinamentos e reforços, o comandante mostrou como o Coxa precisa se portar esse ano para conquistar os objetivos. Desde o tão falado “espírito de Série B”, até os diversos pedidos de calma e atenção nos momentos finais da partida, Baptista alterou toda uma estrutura alviverde.

O treinador sabe que o time tem que melhorar, mas já viu seus pupilos apresentarem - mesmo que por pouco tempo - o potencial que espera deles. “Os primeiros 30 minutos contra o São Bento talvez tenham sido melhor do que esse jogo inteiro”, afirmou em entrevista para as rádios Transamérica e Banda B, após a vitória sobre a equipe do Goiás. A instabilidade, porém, ainda é o símbolo do Coxa nesta Série B.

TABELA: Confira a classificação atualizada e os jogos da Série B

Confira um balanço da era Eduardo Baptista no Coritiba

Juventude e reforços

O primeiro problema de Eduardo Baptista no Coritiba foi lidar com a juventude do time. Jogadores pouco rodados, boa parte garotos revelados no clube, formavam o plantel alviverde. O treinador pediu reforços para dar principalmente experiência ao grupo. A falta de ‘malandragem ’, nas palavras do próprio comandante coxa-branca, custou caro (em pontos, leia-se) para o time em várias partidas. Sob indicação do treinador, chegaram Uillian Correia (28 anos), Jonatas Belusso (30) e Rafael Lima (32) . “A gente iniciou o trabalho aqui com um time com uma média de idade muito baixa e numa Série B é complicado, e aí começamos a colocar os reforços”, explicou.

Wilson

Toda a experiência que faltava no elenco, o técnico encontrou no goleiro de 34 anos, líder natural do time. O camisa 84 tem sido frequentemente o melhor jogador alviverde – e o mais constante. Além de defesas cruciais, o goleiro é o batedor oficial de pênaltis, arma contra-ataques e ajuda com a malandragem cobrada por Eduardo Baptista, como quando, só no papo, desconcentrou um batedor de pênalti do Paysandu no Couto Pereira. Na primeira vitória fora de casa, foi o cara mais uma vez. “Quando saiu o pênalti [a favor do Goiás, aos 50 minutos do 2º tempo], sentei ali e falei ‘tenho o Wilson’, e quem tem o Wilson não tem muito o que falar. É espetacular, de caráter, de espírito, de liderança”, elogiou o comandante, demonstrando a confiança e respeito que nutre pelo arqueiro.

Entregadas infantis

Até pela falta de maturidade e rodagem do elenco, o Coritiba tem um histórico crônico de ‘entregadas’ no fim das partidas desta Série B. A pontuação do time paranaense seria bem mais parruda se não fossem os desperdícios infantis, como por exemplo nos empates com CSA (2 a 2) , Figueirense (1 a 1) e Juventude (1 a 1). Na rodada passada, contra o São Bento, em casa, chegou a abrir 2 a 0 e permitiu a reação dos paulistas . Só não perdeu por causa de erros da arbitragem. Mesmo contra o Goiás, nesta terça, o pênalti cometido no último lance mostra que o pesadelo das bobeadas fora de hora está longe de terminar.

Desempenho fora de casa

O Coritiba vem sendo um time muito inconstante. Em casa, sucesso absoluto, com 83,3% de aproveitamento - o melhor número da competição. São 20 pontos em 8 jogos. A boa campanha no Couto Pereira, porém, contrasta com o péssimo rendimento longe de Curitiba. Até vencer o Goiás, nesta terça, o time era o pior visitante da Série B. Saltou para 14º no quesito, com 7 pontos em 9 jogos - conquistou 25,9% dos pontos disputados. Equilibrar essa balança é o que falta para o time finalmente engrenar e chegar à meta estabelecida pelo treinador: entrar no G4 com gordura pra queimar, ou seja, 4 a 5 pontos à frente do quinto colocado.

Mudanças na equipe

Além de trazer novos nomes, Baptista foi aos poucos mexendo na equipe e encontrando jogadores que lhe passassem confiança. Ou que fossem trabalhados para serem utilizados como o treinador gostaria. São casos como de Guilherme Parede, Romércio e Simião, que aos poucos foram ganhando seus espaços e causando dúvidas para o dono da prancheta alviverde. Outro caso é o de Júlio Rusch , em quem o comandante vê boas perspectivas, mesmo tendo perdido espaço no time titular. “Fizemos um trabalho com o Júlio, quando saiu da equipe, conversando muito para que o perfil dele se encaixe na Série B”, apontou.

Confiança da diretoria

Desde que chegou, Baptista contou com total respaldo da diretoria coxa-branca, pelo menos em público. O histórico recente, de comandar equipes de Série A e que até disputaram a Libertadores sob seu comando (Palmeiras e Atlético-PR), dão respaldo para o trabalho do campinense. “Eu me sinto muito feliz aqui. Me sinto muito respaldado com a confiança da diretoria e isso é importante para o trabalho. Os resultados talvez poderiam ser diferentes, mas talvez não foram para a gente poder trabalhar mais, para poder ter mais afinco”, ressaltou.

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