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Reclamação de ex-Odebrecht

Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ

Após reversão de afastamento, Danilo Pereira Júnior deve enfentar nova reclamação disciplinar no CNJ
Após reversão de afastamento, Danilo Pereira Júnior deve enfentar nova reclamação disciplinar no CNJ (Foto: Ajufe/Divulgação)

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Alvos do afastamento cautelar do corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, o atual titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Danilo Pereira Júnior, e a ex-juíza da Lava Jato Gabriela Hardt vão seguir sobre a mira de investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pela conduta em relação aos processos provenientes da operação contra a corrupção na Petrobras, mesmo depois da reintegração os cargos.

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A decisão monocrática de afastamento foi revertida pelo plenário do CNJ na noite de terça-feira (16), aproximadamente 24 horas após a medida cautelar na véspera do julgamento, o que foi classificado como “perverso” pelo presidente do Conselho, ministro Luís Roberto Barroso.

Pereira Júnior, atual titular da Lava Jato, também foi alvo de uma nova denúncia na quarta-feira (17). O advogado Rodrigo Tacla Duran, ex-operador financeiro da Odebrecht, protocolou na Corregedoria Nacional uma reclamação disciplinar contra o juiz federal, que assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba no final do ano passado. 

Segundo informações da coluna de Lauro Jardim no O Globo, Duran alega que Pereira Júnior foi responsável por decisões enquanto ocupava o cargo de juiz substituto na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e voltou a emitir novas decisões sobre a mesma ação relacionada à Lava Jato, agora em primeira instância, o que violaria o Código Penal por duplicidade pela avaliação do mesmo caso em diferentes instâncias.

A atuação de Pereira Júnior no TRF-4 no julgamento da suspeição e nulidades dos atos do ex-juiz da Lava Jato Eduardo Appio, com consequências em mandados de prisão contra Tacla Duran, foi o que motivou a decisão de afastamento cautelar imposto por Luís Salomão.

Segundo o corregedor nacional de Justiça, os integrantes da 8ª Turma do TRF-4 à época decidiram pela suspeição de Appio em processos que estavam suspensos por decisão do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, utilizando como fundamento “prova declarada inválida” pelo ministro da Corte Dias Toffoli, o que causou “especial gravame aos réus investigados”. Os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz e Loraci Flores de Lima seguem afastados do Tribunal da 4ª Região, localizado em Porto Alegre.

Pela rede social X, Duran ainda acusou o atual juiz da Lava Jato de encaminhar parcialmente o processo que foi pedido pelo STF há quase um ano, segundo o advogado. “Parte do processo, cuja cópia o STF requisitou, desapareceu! E o Meritíssimo se nega a restaurar os autos e cumprir a decisão do STF”, postou o ex-operador da Odebrecht, que hoje vive em Madri. No ano passado, Duran também denunciou uma suposta tentativa de extorsão durante as investigações pelos integrantes da força-tarefa.

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Na última terça-feira, o ministro Barroso pediu vista do pedido do corregedor-nacional para abertura de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para análise das condutas dos magistrados da Lava Jato. A justificativa é que não havia tempo hábil para análise de mais de mil páginas do processo. Um dos requerimentos pode ser aberto contra a juíza Gabriela Hardt, o que será discutido na próxima sessão da CNJ no dia 21 de maio.

Ex-titular da Lava Jato, Hardt foi afastada cautelarmente por ter assinado a homologação do acordo para devolução de R$ 2,5 bilhões para Petrobras, montante que, supostamente, seria direcionado para criação de uma fundação administrada pelos responsáveis pela operação Lava Jato, segundo a decisão do corregedor Luís Salomão. A medida foi revertida no plenário no dia seguinte.

Em relação ao procedimento disciplinar contra o senador Sergio Moro (União Brasil), o relator desmembrou o processo para julgamento com data ainda a ser definida.

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