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Vinte dos 46 presos que tentaram iniciar uma rebelião na noite desta segunda-feira (3) no 12º Distrito Policial, no bairro Santa Felicidade, em Curitiba, foram transferidos da unidade. De acordo com o delegado titular do distrito, Vinícius Augustus de Carvalho, ainda estão sendo feitas negociações para tentar que mais presos sejam retirados do local, que tem capacidade para 16 detentos. O motim – que é o terceiro registrado somente este ano – foi motivado justamente pela superlotação e pela falta de infraestrutura do local.

A tentativa de fuga foi registrada por volta das 21 horas. Os presos serraram as grades de uma das celas, e estavam no corredor quando foram surpreendidos pelos plantonistas do DP, de acordo com informações da própria delegacia. Os policiais civis conseguiram impedir a fuga e solicitaram o reforço de Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Militar e da Guarda Civil. A situação foi controlada rapidamente e não houve feridos.

Conforme o delegado, os presos estavam divididos em duas celas improvisadas pelos funcionários do distrito, já que as quatro celas originais da construção estão fora de uso porque sofreram danos nas rebeliões anteriores.

Com o motim desta segunda-feira, as duas celas improvisadas também foram danificadas. Uma delas não apresenta mais condições para manter presos, e todos os 26 detentos da unidade agora estão em uma única cela improvisada. "Ainda tem grade nesta cela, mas são cerca de 25 homens que, se juntos empurrarem a grade, ela cai", relata Carvalho.

Permaneceram na delegacia reincidentes que ainda não foram condenados, mas que estão com o processo na fase de conclusão, e réus primários.

Histórico

No dia 11 de outubro do ano passado, a carceragem foi interditada pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol) para garantir a segurança de policiais e presos devido à superlotação do espaço e também como uma forma de protesto contra a guarda de presos em delegacias. No dia, havia 90 presos na unidade.

Seis dias depois, 22 detentos foram transferidos do local pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Seju), sob pressão do Sinclapol.

Mesmo com a transferência, poucos dias após houve uma tentativa de fuga no distrito. Foi necessária a atuação da Polícia Militar, do Cope e da Guarda Municipal para controlar a confusão. Pelo menos dois presos ficaram feridos precisaram ser atendidos por ambulâncias.

Quatro dias depois, houve uma nova rebelião na delegacia. Os presos quebraram quatro de cinco espaços utilizados como cela. O motivo foi as más condições do local. Os policiais que atendem no distrito chamaram ajuda da Polícia Militar, Guarda Municipal e outros policiais civis para acalmar os ânimos dos detentos.

No dia 9 de dezembro, 17 presos conseguiram fugir do 12º DP. Um dia depois, três haviam sido recapturados. Os presos escaparam pela janela de ventilação localizada no teto da área onde estavam.

Outra tentativa de fuga ocorreu no Natal de 2013. Cerca de 10 presos que estavam em uma cela estouraram um cadeado e tentaram fugir durante a tarde. Policiais de plantão evitaram a fuga.

A situação na unidade não mudou em 2014. Este ano, o primeiro caso foi registrado dia 2 de janeiro, quando os os presos quebraram uma das câmeras do local em protesto.

Nem uma semana depois, outro tumulto ocorreu no local. De acordo com um dos investigadores do 12º DP, os protestos ocorreram por cerca de 20 minutos. Os presos reclamavam da superlotação e pediam transferência para outros locais.

Em outra ocorrência, três presos fugiram do 12º DP em 13 de janeiro.

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