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Latrocínios são comuns na capital

O latrocínio não é uma situação incomum em Curitiba. Desde 2012, segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) relativas ao primeiro semestre de cada ano, foram registrados 36 casos de assaltos seguidos de mortes.

Os números a cada ano mostram estabilidade. No primeiro semestre de 2012 foram 13 casos, seguidos de 12 ocorrências em 2013 e outras 11 no primeiro semestre de 2014.

Alguns casos ocorridos na capital chamaram atenção em 2014. Um dos mais recentes ocorreu no Prado Velho, em que um estudante do Instituto de Ensino Técnico da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (TecPuc) foi morto a facadas por um suspeito na Rua Conselheiro Laurindo, perto do Teatro Paiol. Ele tentou proteger a namorada e uma amiga da ação do homem, que o enfrentou e o golpeou na altura do peito. A Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) já identificou o suspeito e trabalha para encontrá-lo.

Outro caso, ocorrido no bairro Capão da Imbuia, envolveu a morte de uma idosa de 73 anos no mês de julho deste ano. Ela foi encontrada morta e amarrada dentro do apartamento em que morava. Joias e outros pertences pessoais foram levados do local, além de um automóvel. O caso ainda é investigado pela DFR.

Na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), um homem de 58 anos morreu durante um assalto a empresa em que trabalhava. O crime ocorreu no início de maio. Vinte funcionários foram feitos reféns e, durante ameaças feitas a proprietária da empresa, o homem tentou defendê-la e acabou morto pelos assaltantes. Um suspeito foi preso e outro ainda é procurado pela polícia.

Em uma tentativa de latrocínio, um policial civil que saia do trabalho foi gravemente ferido por suspeitos no bairro Hauer. O policial foi abordado por dois indivíduos no início da noite do dia 19 de agosto, entregou a chave do carro e, mesmo assim, foi atingido por disparos de um dos suspeitos. Ele sobreviveu aos ferimentos e reconheceu um homem de 18 anos preso pela Polícia Civil como um dos autores do crime.

Um jovem de 18 anos confessou à polícia que foi o autor do latrocínio (roubo seguido de morte) que vitimou uma corretora de imóveis no bairro Bigorrilho, em Curitiba, no último dia 30 de outubro. Cláudia Mader Munhoz, 58 anos, foi atingida por dois tiros quando se recusou a entregar a bolsa ao assaltante. O ladrão disparou duas vezes e fugiu com o carro da mulher. Ela morreu na hora.

O rapaz que confessou o crime foi identificado pela polícia como Milton Ribeiro dos Santos Junior, 18. Milton foi preso por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), onde ocorre a investigação do caso, nesta terça-feira (09). Ele estava na casa dos pais, no bairro Guaraituba, em Piraquara, região metropolitana de Curitiba. Aos policiais ele disse que, até então, a família não sabia do que tinha feito.

Em entrevista concedida nesta quarta-feira (10), Junior relatou que no dia 30 de outubro conheceu um adolescente de 16 anos, em uma praça. Este teria convidado Júnior para roubar um carro. Os dois tentaram assaltar o uma mulher em um veículo Uno primeiro, mas ela reagiu e não deixou com que eles levassem o veículo.

Após a primeira tentativa frustrada, segundo ele, eles viram que Cláudia estava seguindo para o carro dela, um modelo Audi A3. Os dois bandidos contam que abordaram a vítima, mas dizem que ela teria se recusado a entregar as chaves. Ela atravessou a rua, na tentativa de fugir, mas Junior foi atrás da mulher e atirou. Nessa primeira tentativa, o revólver teria falhado.

Junior contou que o adolescente gritava do outro lado: "mata, mata!". Nisso, segundo Junior, a vítima teria tentado pegar a arma dele. Nesse instante, o rapaz deu dois tiros na cabeça da corretora. Os dois fugiram no veículo, que foi abandonado pouco depois na Cidade Industrial e encontrado pela polícia no dia seguinte.

O rapaz de 18 anos justificou que tinha fumado crack no dia do crime e que, por isso, não sabia o que estava fazendo. Ele disse estar arrependido por ter cometido o crime e falou que pediu perdão ao filho da vítima.

Investigações

De acordo com o delegado Cassiano Aufiero, da DFRV, foram analisadas cerca de 60 horas de imagens de câmeras de monitoramentos, obtidas de estabelecimentos comerciais e residências da região. Somadas aos relatos de testemunhas, que ajudaram a fazer um retrato-falado do suspeito, a polícia chegou a três possíveis autores.

"Passamos a acompanhar a movimentação deles e notamos que um dos suspeitos, estava agindo de maneira diferente, sempre se escondendo, viajando e nem ficava mais com os amigos, então, isso foi um dos indicativos de que ele era o principal suspeito", afirmou o delegado.

Uma das testemunhas ainda reconheceu o boné usado pelo bandido como o mesmo que Milton usava em uma foto postada em rede social. O garoto de 16 anos que participou do crime foi identificado e o caso foi repassado à Delegacia do Adolescente.

O crime

Cláudia Mader Munhoz foi morta a tiros por assaltantes na Rua Gastão Câmara, entre a Alameda Júlia da Costa e a Rua Martim Afonso, no bairro Bigorrilho. O crime ocorreu por volta das 14h20 do dia 30 de outubro. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que a vítima se despede de um casal de clientes, para quem acabara de mostrar um imóvel, e é abordada pela dupla de assaltantes.

Nas imagens é possível ver que ela se recusa a entregar a bolsa e tenta fugir, quando um dos assaltantes dispara. Dois tiros atingiram a mulher – um na nuca e um perto da orelha. Ela morreu na hora. Os assaltantes usaram o carro de Cláudia para fugir. O veículo foi encontrado pela Polícia Militar, por volta das 8h15 do dia 31 - manhã seguinte ao crime, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Um retrato falado do autor dos disparos também foi divulgado, com base no depoimento de duas testemunhas, durante as investigações.

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