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Em sabatina no Senado, Flávio Dino, indicado por Lula ao STF, ignorou perguntas sobre eventual impedimento em processos sobre Bolsonaro no STF
Em sabatina no Senado, Flávio Dino, indicado por Lula ao STF, ignorou perguntas sobre eventual impedimento em processos sobre Bolsonaro no STF| Foto: Pedro França/Agência Senado

Nesta quarta-feira, dia do 55º aniversário do AI-5 do regime militar, o Senado avalia a indicação do comunista Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal. A data simbólica selará o futuro da corte brasileira, já pouco brilhante a julgar pelas decisões ilegais e arbitrárias que vem tomando há longa data.

Dino no Supremo é um grande ponto de inflexão: aprovado seu nome pelo Senado, com apoio dos ministros do STF que fazem campanha abertamente por sua indicação, a Casa Alta da República demonstrará que está a serviço dos demais Poderes e que não se importa com o avanço do tribunal sobre suas prerrogativas, apesar de alguns tímidos sinais em contrário como a aprovação da PEC que limita decisões monocráticas na corte. Já se for rejeitado, o Senado pode demonstrar que sua postura mais recente é para valer.

A grande pergunta que fica é: até onde o Senado permitirá que nosso país seja arrastado?

Portanto, a indicação de Flávio Dino ao Supremo diz menos sobre o Poder Executivo e o STF do que sobre o Poder Legislativo e, em particular, o Senado da República. Mais de 400 mil brasileiros já assinaram um abaixo-assinado organizado pelo Partido NOVO contra essa indicação que, sob inúmeros aspectos, viola a Constituição da República. É inequívoca a mobilização popular, também exercida sob a forma de pressão individual sobre cada senador, contra o ingresso na corte maior da nação de um quadro claramente político-ideológico, que se notabilizou pela perseguição aos adversários e cuja reputação ilibada foi posta em xeque por inúmeras vezes inclusive durante seu período à frente do Ministério da Justiça.

É verdade que não é a primeira péssima indicação feita por um presidente da República ao STF. Já externei e publiquei críticas a outras indicações de ministros ao STF, deste governo e de anteriores. Mas nunca o Senado esteve tão em xeque como agora.

O deboche de Flávio Dino seus opositores; o desprezo pela liturgia do cargo de ministro da Justiça que ocupa e o desrespeito completo com suas responsabilidades, a exemplo de quando admitiu, sem a menor cerimônia, que as imagens do circuito interno do seu local de trabalho no 8 de Janeiro foram apagadas; e a inobservância dolosa da regra constitucional de atendimento a convocações feitas pela Câmara dos Deputados para reuniões de suas comissões, num claro desrespeito à democracia e aos freios e contrapesos entre os Três Poderes, são motivos suficientes para classificar tal indicação como a pior da história brasileira.

Não é pouca coisa! A indicação anterior de Lula ao STF do seu advogado particular, Cristiano Zanin, acabou de perder a marca de pior da história para Flávio Dino. Recordes estão sendo quebrados em série e rapidamente sob a presidência do PT. A grande pergunta que fica é: até onde o Senado permitirá que nosso país seja arrastado? Infelizmente já não temos democracia e o Estado de Direito vale cada vez para menos brasileiros. Caso o Senado não barre Flávio Dino hoje, o período de treva institucional em que nos encontramos certamente se aprofundará ainda mais.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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