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Fim de semana terá chuvas moderadas e céu nublado em todo Paraná

A previsão é de pancadas de chuva moderadas e céu nublado para este fim de semana no Paraná, de acordo com o Instituto Tecnológico Simepar. Segundo o meteorologista Marcelo Brauer, as chuvas mantêm o alerta no Litoral paranaense para os desmoronamentos de terra na região.

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Nem tudo é culpa da natureza

Depois de sobrevoar a região da Serra da Prata e andar por várias regiões atingidas por deslizamentos durante o dia de ontem, principalmente no município de Antonina, a equipe do Centro de Apoio Científico em Desastres da Universidade Federal do Paraná (Cenacid) começa a apontar para uma mescla de responsabilidades, naturais e humanas, pela tragédia.

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Safra de grãos está "interditada"

Grãos

A dificuldade de acesso ao litoral pode dificultar ainda mais o escoamento da safra paranaense, que já vinha sendo prejudicado pela lentidão no carregamento dos navios atracados no Porto de Paranaguá. Como os caminhões ainda não chegaram ao porto e a ferrovia – responsável pelo transporte de 30% da colheita – tende a ficar bloqueada até esta terça-feira, pode faltar espaço para armazenar grãos no interior. Algumas cooperativas afirmam que têm condições de estocar a colheita por apenas mais uma semana. Na outra ponta, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) admite que poderá faltar carga para os navios, o que geraria uma fila de embarcações.

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Doações

Há vários pontos de coleta de doações para as pessoas afetadas pela destruição causada pela chuva no litoral do Paraná. Saiba como ajudar e onde levar sua doação

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Situação de emergência x estado de calamidade pública

O chefe da seção operacional da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil no Paraná, capitão Eduardo Gomes Pinheiro, explicou a diferença entre os desastres e de que forma eles são classificados:

Desastre de nível 1 – São pequenos desastres e também podem ser considerados acidentais. Trazem impacto restrito para o município por se tratar de um evento pontual, que a própria administração local tem condições de resolver. Não caracteriza uma situação anormal.

Desastre de nível 2 – São desastres de médio porte, mas que também podem ser superados pelo município ou estado sem a necessidade de auxílio externo. Também não caracteriza uma situação anormal.

Desastre de nível 3 – São desastres de grande porte. Eventos com esta intensidade indicam que o município ou estado tem condições de resolver a situação apenas com os próprios recursos, mas necessita de complementação do governo estadual ou federal, respectivamente. Caracterizam situação de emergência (SE).

Desastre nível 4 – São chamados de desastres de muito grande porte. Indicam que a situação na qual se encontra o município o estado só será superada com o auxílio de governos e órgãos externos. Geralmente são eventos que provocam a descaracterização da organização do município ou estado. O estado de calamidade pública (ECP) representa um desastre de nível 4.

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Mortes em Antonina

Duas pessoas morreram soterradas depois que um deslizamento de terra provocou o desabamento de casas em Antonina nesta sexta-feira (11), segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Morretes e Antonina, tenente Taylor Machado.

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Prefeito de Morretes pede ajuda

O prefeito de Morretes, Amilton de Paula, fez um apelo aos governos estadual e federal para que liberem recursos para a reconstrução do município. "Os prejuízos com estrutura de estradas, pontes, escolas e postos de saúde devem ser de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões", diz o prefeito.

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Ferrovia está interditada

Com as fortes chuvas que atingiram o litoral, os trens que fazem a ligação do Porto de Paranaguá com o restante do estado pararam de operar na sexta-feira perto do meio-dia.

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Especialistas apontam semelhanças entre o Litoral do PR e a região serrana do Rio

O desastre natural ocorrido na região de Morretes e Antonina, no litoral paranaense, nos últimos dias, é semelhante à tragédia registrada em janeiro passado na região serrana do Rio de Janeiro. A formação geológica da área em que foi registrado o maior desastre natural do país, no começo do ano, tem as mesmas características da região atingida aqui no Paraná – as duas localidades fazem parte da mesma Serra do Mar

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Relatório da Defesa Civil – boletim das 18h de terça-feira

PARANÁ:(inclui os municípios de Honório Serpa, São José dos Pinhais, Mangueirinha, Rio Azul)

Total de pessoas afetadas: 30.968

Residências danificadas: 3.006

Desabrigados: 2.487

Desalojados: 14.363

Municípios atingidos: 8

Mortes: 4

ANTONINA:

Residências danificadas: 300

Residências destruídas: 400

Desalojados: 6.000

Desabrigadas: 1.160

Pessoas afetadas: 7.550

Mortes: 02

MORRETES:

Residências danificadas: 2.450

Residências destruídas: 85

Desalojados: 8.000

Desabrigados: 1.180

Pessoas levemente feridas: 21

Pessoas afetadas: 15.178

Mortes: 01

GUARATUBA:

Residências danificadas: 50

Residências destruídas: 15

Desalojados: 140

Pessoas afetadas: 1.590

PARANAGUÁ:

Residências danificadas: 75

Residências destruídas: 40

Desabrigados: 147

Desalojados: 103

Pessoas afetadas: 250

  • A comunidade de Floresta, onde o estrago foi causado pela chuva e onde ocorreu uma morte

quarta morte causada pela chuva no Paraná. Este é o terceiro óbito registrado no Litoral, o primeiro em Morretes, na localidade de Floresta. As duas primeiras ocorreram em Antonia. Outra morte foi registrada em Honório Serpa, no Sudoeste, onde a vítima foi arrastada pela enxurrada.

A mulher, identificada como Maria de Souza Lopes, teria morrido afogada dentro de casa, em Morretes, e foi arrastada pela enxurrada. Ela, que teria entre 53 e 58 anos, estava desaparecida desde a sexta-feira (11). Seu corpo foi encontrado nesta terça e encaminhado para o IML de Paranaguá.

Em todo o estado, as chuvas afetaram 30.968 pessoas em oito municípios, sendo que são 24.568 no Litoral, em quatro cidades. São 14.363 pessoas desalojadas e 2.487 desabrigadas. Além disso, 3.006 residências foram danificadas e outras 540 destruídas.

Ajuda federal

O governo federal vai estudar a possibilidade de liberar novas linhas de crédito para a reconstrução de casas que foram destruídas pelas chuvas no Litoral paranaense. O compromisso foi firmando nesta terça-feira (15), quando os prefeitos de Antonina ? Carlos Augusto Machado ?, Morretes ? Amilton Paulo de Paula ?, e Paranaguá ? José Baka Filho ? se reuniram com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o secretário nacional da Defesa Civil, Humberto Viana.

No encontro ficou acertado que a União vai liberar recursos para recuperar o que foi destruído com as chuvas, especialmente para obras de infra-estrutura. As ações serão centralizadas pelo governo do Estado, que deve receber as verbas para fazer o repasse.

Bezerra também falou em avaliar algumas possibilidades. Entre elas está a liberação de recursos da previdência social e do FGTS para a reconstrução de casas. Ele também comentou que é possível criar uma linha específica dentro do programa "Minha casa, Minha Vida" para a construção de casas. Ele estima que possam ser feitas entre mil e 1,5 mil residências por essa linha de crédito.

O ministro deve vir ao Paraná nesta quarta-feira (16), quando pode ser definido quanto dinheiro o governo federal vai destinar para a recuperação do estado. Ele deve fazer um sobrevoo pela área afetada pelas chuvas e se reunir com uma equipe do governo estadual.

Além dos prefeitos, participaram da reunião o secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho (irmão do governador Beto Richa) e pelo presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Mounir Chaowiche. A senadora Gleisi Hoffmann (PT) também participou do encontro.

Richa Filho terá outra audiência em Brasília na quarta-feira (16). O secretário deve se reunir com representantes do Ministério do Transportes e pretende conseguir verba para o conserto das estradas do litoral. Ele almeja discutir projetos sobre o transporte aéreo e ferroviário no Paraná.

A ação é uma resposta do governo federal aos pedidos do governador Beto Richa. Ele telefonou para a presidente da República, Dilma Rousseff, na manhã desta terça. Os dois conversaram por cerca de cinco minutos e houve o comprometimento de Dilma em enviar ajuda para o litoral do Paraná.

Além disso, o Exército vai emprestar um helicóptero e uma ponte metálica para ajudar os municípios do litoral do Paraná atingidos pela chuva. A estrutura de ferro uma das pontes danificadas na região. O equipamento será retirado de Porto União, cidade catarinense na divisa com o Paraná.

A concessionária Ecovia informou que o Exército definiu no fim da manhã de terça-feira que a ponte será instalada na PR-408 (ligação entre Antonina e Morretes). Outras opções que chegaram a ser discutidas pelos técnicos do Exército foram os quilômetros 18, 24 ou 26 da BR-277.

O helicóptero militar deve transportar equipamentos para reconstruir a estação de tratamento de água do Paranaguá. A aeronave tem capacidade para levar cargas de até 4 toneladas e atualmente está no interior de São Paulo, de acordo com a Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná.

O 5º Batalhão de Engenharia do Exército iniciou nesta terça-feira (15) a instalação da estrutura sobre o Rio Sagrado Três, na PR-408, na região da Martha. No local havia uma ponte de cimento que não resistiu às intensas chuvas. Cerca de 60 oficiais trabalham na estrutura de 32 metros de comprimento. A montagem da nova ponte deve ser concluída até o final da tarde de quarta-feira (16) e a utilização deve durar cerca de um mês, até que a antiga ponte seja reconstruída. A rodovia faz parte do Anel Integração e sua manutenção é feita pela Ecovia.

Calamidade pública

Conforme a Gazeta do Povo já havia antecipado, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), assinou na manhã desta terça-feira o decreto que declara os municípios de Morretes e Antonina em estado de calamidade pública. Nos dois municípios, 22.728 pessoas foram afetadas pelas chuvas.

A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil recebeu documentos dos municípios, como os decretos e a Avaliação de Danos (Avadan), e encaminhou à Procuradoria-Geral do Estado.

A Procuradoria estudou os documentos e a melhor forma legal de declarar o estado de calamidade para esses municípios.

O decreto reforça a necessidade de contar com recursos do governo federal para a reconstrução das cidades. A avaliação da liberação das verbas do Ministério da Integração Nacio­nal é feita por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil.

Antes do governo do Paraná, a prefeitura de Morretes decretou estado de calamidade pública no domingo (13).

Guaratuba decretou situação de emergência na segunda-feira (14) e Paranaguá havia tomado essa providência na sexta-feira (11).

Estradas

A BR-277 foi interditada por alguns minutos na manhã de terça-feira (15). Caminhoneiros fecharam a rodovia antes do pedágio, entre 11 horas e 11h30. A PRF solicitou que os caminhões descessem aos poucos e a passagem de automóveis estava liberada. A categoria não aprovou a atitude da PRF e bloqueou a rodovia.

Policiais rodoviários federais conversaram com os caminhoneiros e liberaram a BR-277. Com a fim da manifestação, a situação da rodovia voltou ao patamar anterior ao protesto: tráfego de veículos leves e pesados permitido, mas bastante lento.

Caminhões foram liberados para descer a Serra do Mar no fim da noite de segunda-feira, por volta das 21 horas. Os veículos seguem para o Porto de Paranaguá, onde é escoada a safra. No quilômetro 26, onde restou somente uma das duas pontes, é liberada a passagem de um caminhão de cada vez, segundo a concessionária.

Com os veículos pesados trafegando no sentido Curitiba-Paranaguá, o trânsito ficou mais lento na rodovia. Apesar disso, os automóveis e motos faziam o percurso em cerca de três horas, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. O tempo normal é de 1h30 e levava até 8 horas na segunda-feira.

A BR-227 continua sendo uma das rotas possíveis para deixar o litoral do Paraná. A orientação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é de que somente quem tem extrema necessidade pegue a estrada. Há risco de novos deslizamentos e a estrada poderá ser fechada novamente. A Estrada da Graciosa (PR-410) era outro caminho que pode ser utilizado para deixar o litoral. A Polícia Rodoviária Estadual alerta que a rodovia poderá ser fechada a qualquer momento e recomenda prudência na estrada. Também vale a recomendação para trafegar apenas em casos emergenciais.

A BR-277 está liberada para o trânsito de caminhões, veículos leves, ônibus de passageiros e veículos que transportam donativos. Do quilômetro 12 ao 29, o trânsito estava em meia-pista nesta manhã.

A PR-410 (Estrada da Graciosa) estava parcialmente liberada e também era utilizada para deixar o litoral. Os motoristas devem contonar a localidade de São João da Graciosa. A recomendação da PRE é evitar o trecho entre os quilômetros 20 e 30, onde ainda há obras do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Deve-se contornar esse trecho pelo centro de Morretes e depois voltar para a PR-410. A seguir, os motoristas devem trafegar até a BR-116 e pegar as pistas de retorno para Curitiba.

As PRs 408 e 411, que fazem a ligação para Morretes e Antonina, foram liberadas para o tráfego na manhã de segunda-feira.

A BR-376 que estava totalmente interditada desde segunda-feira (14), em função da queda de barreiras, foi liberada com restrições em uma operação emergencial, na noite desta terça-feira (15). Às 20h, a pista do sentido Sul da rodovia passou a operar no sistema pare/siga. Entre o km 651 e o km 672, nas regiões de Tijucas do Sul e Guaratuba, os veículos que seguem para o Paraná puderam utilizar a rodovia por duas horas, até as 22h, quando o trecho mudará de sentido, até a zero hora. A direção do tráfego será alterada a cada duas horas, de acordo com informações da Autopista Litoral Sul e PRF.

Como há pelo menos 20 quilômetros de congestionamento em ambos os sentidos e os veículos trafegam em velocidade média de 30 km/h no trecho, a PRF orienta que os motoristas procurem rotas alternativas para o trecho. O principal objetivo da operação de emergência é permitir que veículos com donativos e gasolina cheguem ao litoral para abastecer as cidades atingidas pelas chuvas.

A PRF ainda alerta que a rodovia pode voltar a ser fechada a qualquer momento caso exista a ameaça de novos deslizamentos ou chova forte no trecho.

Possíveis desvios

A recomendação da PRF e da Autopista continua sendo usar os caminhos alternativos. Os motoristas que precisam ir de Santa Catarina para o Paraná e estão na BR-101/SC podem sair da rodovia no km 113 (região de Itajaí), acessar o km 184 da BR-470/SC (passando por Blumenau, Ibirama e Rio do Sul) até a cidade de São Cristóvão do Sul (SC) e pegar a BR-116 até Curitiba.

Os usuários que estão em Curitiba e precisam viajar a Santa Catarina podem fazer o caminho inverso: seguir pela BR-116 até o km 84 (São Cristóvão do Sul), acessar a BR-470/SC e chegar à BR-101/SC por Itajaí (km 113).

Outra possibilidade para quem pretende seguir para Santa Catarina é pegar um desvio pela BR-116, para depois possa voltar à BR-101 (a partir do quilômetro 27), de acordo com a concessionária Autopista Litoral Sul.

Para seguir do Paraná para Santa Catarina é preciso trafegar pela BR-116 até o quilômetro 4, na região de Mafra. Nesse trecho deve-se acessar a BR-280, depois a Serra Dona Francisca e então voltar para a BR-101, em Pirabeiraba, região de Joinville.

Para sair de Santa Catarina e voltar ao Paraná deve-se fazer o caminho inverso, segundo a concessionária.

Uma possibilidade para chegar a Garuva (SC) é seguir pela BR-277, depois pela PR-407 (Pontal do Paraná) e chegar a PR-412 (Guaratuba). O motorista deve atravessar o ferryboat, continuar na PR-412 e então chegará a Garuva.

Ônibus

A Urbanização de Curitiba S.A (URBS) informou que a empresa Expresso Maringá suspendeu todas as viagens entre Curitiba e o litoral na tarde de segunda-feira (14). Nesta terça-feira (15), a empresa voltou a operar, mas não divulgou quantos veículos fizeram o trajeto.

Com relação à empresa Graciosa, cinco veículos desceram para o litoral na tarde de segunda-feira. Habitualmente são, em média, 40 viagens no sentido Curitiba-litoral. Nesta terça-feira (15), a empresa também retomou as operações para todas as cidades, com exceção de Antonina, com uma frota reduzida.

A empresa Catarinense, que opera as linhas que levam ao litoral de Santa Catarina, operava normalmente, mas mudou o itinerário: os ônibus seguem para o litoral passando pela cidade de São Bento do Sul (SC).

De acordo com a Urbs, todas as empresas afirmaram que a procura por passagens para o litoral é pequena e o público que estava viajando era formado, sobretudo, por pessoas que vivem no litoral ou têm parentes na região.

A Graciosa informou que não tinha uma estimativa do tempo que cada viagem levava. Em condições normais, o percurso entre Curitiba e o litoral é feito em 1h30. Ainda não foi feito o levantamento dos prejuízos por causa do cancelamento de viagens.

Trem

Não é possível deixar o litoral de trem, pois as viagens de passageiros foram suspensas até o próximo domingo (20), de acordo com a empresa Serra Verde Expressa. O percurso foi suspenso na última sexta-feira (11). A estimativa da empresa é de que 18 viagens (ida e volta) serão suspensas até 20 de março.

Reconstrução na BR-277 deve levar 6 meses

Na BR-277, a Ecovia estima que as obras de reconstrução das pontes e das pistas, que já começaram a ser feitas, sejam concluídas em até 180 dias, se as condições do tempo forem favoráveis. Provisoriamente, estão sendo construídas estruturas de metal e ferro que serão instaladas no lugar das pontes que caíram nos km 18 e 24. As informações atualizadas podem ser consultadas pelo twitter da Ecovia (@ecovia) ou da PRF (@PRF191PR)

Situação em Antonina e Morretes

Aumentou o número de pessoas desabrigadas em Morretes, segundo o último levantamento da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, divulgado às 18 horas de terça-feira (15). Eram 1.180 pessoas instaladas em abrigos. O órgão havia informado no fim da tarde de segunda-feira que eram 680. Ao todo, 15.178 pessoas foram afetadas pelas chuvas na cidade.

A chuva também obrigou outras 2 mil pessoas a deixarem suas casas e procurarem abrigo com parentes e amigos. Pelo menos 2.450 residências foram danificadas e outras 85 destruídas.

As três agências bancárias de Morretes não funcionaram na segunda-feira (14). Além de estarem fechadas, os caixas eletrônicos das agências da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Itaú foram danificados pelas fortes chuvas que atingiram o litoral e também não podiam ser utilizados pela população. Uma solução encontrada pelos moradores era pagar contas na única lotérica do município. Para quem é cliente da caixa econômica, o estabelecimento também era utilizado para saques. Havia longa fila nessa lotérica na tarde de segunda.

A interdição na BR-277 entre sexta-feira (11) e domingo (13) fez com que fornecedores dos supermercados de Antonina não conseguissem chegar ao município. Em alguns comércios faltavam biscoitos, em outros carnes e ainda alimentos de preparo rápido. Apesar da situação, não se pode afirmar que faltam alimentos na cidade. Como foi dito, há dificuldade para encontrar produtos pontuais.

O grande problema de Antonina é de que não há água mineral para se comprar na cidade. Os moradores podem conseguir alimentos, água e leite na estrutura montada pela Defesa Civil, na Estação Ferroviária.

Outro ponto de distribuição de água é em um colégio na Ponta da Pita, segundo a Defesa Civil. No local funciona uma escola municipal e um colégio estadual. O endereço é Rua Engenheiro Luiz Augusto Leão Fonseca, 923.

Além disso, não havia gasolina nos postos de combustível. Os motoristas encontravam apenas álcool.

A região mais afetada em Antonina pela chuva foi a do bairro Laranjeiras. O que se pôde observar logo na chegada ao município é de que há muitas casas soterradas. As ruas próximas à rodoviária estão cheias de barro, porém, os veículos ainda conseguiam passar com dificuldades.

A Defesa Civil havia liberado a entrada dos moradores da região do Mirante das Pedras, no Centro, em suas casas, para que tentassem salvar alguns pertences. A autorização foi suspensa porque havia risco de deslizamentos de terra e de pedras do morro.

Em casos emergenciais, a orientação é para que a população de Antonina procure a Polícia Rodoviária Estadual, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Esses órgãos estão auxiliando a população a sair de Antonina em situações de urgência.

Na cidade,7.550 pessoas foram afetadas pelas chuvas, sendo que 6 mil estão desalojadas e 1.160 desabrigadas. Foram danificadas 300 residências e 400 foram destruídas.

Sobrevoo

A Mineropar vai realizar sobrevoos diários em Antonina para verificar os deslizamentos e os problemas causados por eles. Até a manhã desta terça-feira (15), já foram relacionados 50 pontos de deslizamentos. As áreas somam 130 casas e mil pessoas em situação de risco nos bairros Caixa D'Água, Laranjeiras, Graciosa de Cima, Batel, Portinho, Bico da Viúva e Tucunduva.

Um outro levantamento vai verificar quais residências não poderão ser mais habitadas. Com este laudo, a Prefeitura de Antonina providenciará dois tipos de abrigo: um de curta duração, para pessoas que poderão voltar às suas casas, e outro de longa duração, para pessoas cujas casas não apresentarem condições de moradia.

A Mineropar também fará o mapa de risco de Antonina a médio e longo prazos.

1,5 mil casas novas

Será necessário construir 1.500 casas para atender todas as pessoas atingidas pelas chuvas em Antonina, disse o prefeito da cidade, Carlos Augusto Machado, na tarde de segunda-feira (14). O prefeito Carlos Augusto Machado iria a Brasília nesta terça, onde deve se reunir com senadores da bancada paranaense, para negociar a liberação de verba para a reconstrução da cidade. ?Ainda não temos uma estimativa de quanto de dinheiro será necessário, mas há muita coisa para fazer. É praticamente construir uma cidade nova?, disse.

Além da destruição deixada pela enxurrada, a população enfrenta falta de água. A rede que liga a estação de captação à estação de tratamento foi danificada.

Situação em Paranaguá

As aulas da rede municipal, estadual e particular foram suspensas na segunda-feira (14) em Paranaguá em razão da falta de água tratada. O abastecimento continuava interrompido para 100% da cidade nesta terça-feira. A chuva levou lama e detritos para os mananciais, onde é feita a captação da água, segundo o diretor da empresa Água de Paranaguá, Mário Miller.

?Nossa estação não consegue tratar a água pois analises apontaram 100 vezes mais barros e detritos na água do que antes da chuva?, disse. A previsão é que até o fim da semana cerca de 50% da cidade volte a receber água tratada.

A falta d?água afetou também o atendimento no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá. As cirurgias eletivas foram suspensas e o hospital atende apenas os casos emergenciais. Caminhões-pipa estão levando água para o hospital a cada três ou quatro horas.

Alguns estabelecimentos comerciais estavam cobrando até R$ 50 por galões de 20 litros de água mineral. A população também deve denunciar, por recomendação do Ministério Público, preços abusivos que estejam sendo praticados na venda de galões de água. As denúncias podem ser feitas para a Polícia Militar. O órgão ainda reitera que a água seja usada especialmente para consumo, alimentação e higiene pessoal, sendo evitadas outras atividades.

Appa informou na tarde de segunda-feira (14) que disponibilizou todo seu estoque de água para doar à população de Paranaguá. Cerca de um milhão de metros cúbicos foram colocados à disposição da Defesa Civil na cidade para ajudar a população que sofre com a falta de abastecimento de água desde sexta-feira (11).

Desde sábado, a Appa interrompeu o abastecimento de água nos navios para poder destinar seu estoque à população da cidade.

A população também enfrenta o desabastecimento de combustível. Em alguns postos já não se encontra mais gasolina, e nos que ainda resta combustível é grande a fila para abastecer.

Fornecimento de luz e água

Até a manhã desta terça-feira (15), cerca de 770 residências estavam sem luz em Paranaguá, Antonina, Morretes e Guaraqueçaba. O fornecimento de água permanecia interrompido em Paranaguá e Antonina.

Litoral - Depoimento moradora

+ VÍDEOS

Veja as imagens do litoral no slideshow

(Colaboraram com a matéria: Vanessa Preteano, Fabiane Ziolla Menezes, Isadora Rupp, Breno Baldrati, Fernanda Leitóles, Vitor Geron, Fernanda Trisotto, Eloá Cruz e André Golçalves, correspondente em Brasília)

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